STJD abre processo disciplinar para apurar envolvimento de atletas em manipulação na Série B

Autor: (via Agência Estado),
quinta-feira, 27/04/2023

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) abrirá um processo disciplinar para investigar a manipulação de resultados no duelo entre Vila Nova x Sport, pela última rodada da Série B do ano passado, a pedido de Maurício Neves Fonseca, auditor processante do inquérito que investiga o caso. De acordo com a conclusão de Fonseca, "foram identificados fortes indícios na participação de atletas no esquema de manipulação".

Nos próximos dias, os envolvidos serão denunciados e julgados com base no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), após análise realizada pela Procuradoria do STJD sobre a conclusão. O processo é a consequência desportiva da 'Operação Penalidade Máxima', conduzida pelo Ministério Público de Goiás, que identificou suspeitas de manipulação e envolvimento de diversos atletas em partidas da segunda divisão nacional e campeonatos estaduais.

Outro jogo sob investigação é a partida entre Sampaio Corrêa e Londrina, também realizada durante a Série B do ano passado. O inquérito sobre esse duelo também foi conduzido por Neves e concluído com indicação de denúncia por manipulação de resultados.

No mês passado, a justiça goiana acatou a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra 14 pessoas acusadas de participar de um esquema que fraudava o resultado dos jogos da Série B do Campeonato Brasileiro. Segundo a denúncia do MP, seis deles fazem parte de um "grupo criminoso especializado na prática de corrupção em âmbito esportivo, especialmente, em partidas da Série B do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2022."

No caso do empate sem gols entre Sport e Vila Nova no final do ano passado, a manipulação se daria por meio de cometimento de pênalti no primeiro tempo da partida. Segundo o presidente do Vila Nova, Bruno Lopez relatou o envolvimento no esquema de Romário, jogador do Vila Nova, e de dois outros jogadores do Sampaio Corrêa e da Tombense.

De acordo com o MP, o grupo criminoso abordava os jogadores com a oferta de R$ 150 mil, sendo que R$ 10 mil eram pagos adiantados. Os jogadores deviam cometer pênaltis no primeiro tempo ou receber cartões amarelos ou vermelhos em determinada etapa da partida em jogos previamente selecionados.