Protagonista da maior venda da história do futebol brasileiro, Estêvão prova, a cada jogo, que o Chelsea pagou pouco por ele. Os 61,5 milhões de euros são uma quantia vultosa, mas é difícil dimensionar quanto vale um jogador tão talentoso quanto o garoto. O jovem atacante de 17 anos foi mais uma vez decisivo em uma vitória do Palmeiras, que emplacou o quinto triunfo seguido, ao ganhar do Juventude por 3 a 1 no Allianz Parque. O duelo marcou o retorno aos gramados de Dudu depois de mais de 300 dias.
O garoto canhoto de rara habilidade fez o segundo gol, desenrolando uma partida até então complicada para o Palmeiras. Flaco López foi às redes primeiro e Mayke definiu a vitória, que deixa o Palmeiras na vice-liderança do Brasileirão, com 23 pontos, um a menos que o líder Flamengo. Treinado por Roger Machado, o Juventude, que marcou com Erick, soma 13 pontos.
O Palmeiras é o time que mais cria no campeonato, mas não o mais eficiente, um problema que Abel Ferreira sempre realça nas coletivas. No primeiro tempo não foi diferente. A equipe não encontrou a mesma facilidade para achar os espaços diante do Juventude do que havia conseguido nas última três vitórias sobre Vasco, Atlético Mineiro e Red Bull Bragantino. Mas dominou as ações, pressionou o rival e finalizou 14 vezes.
Todo lance de ataque teve a participação de Estêvão. Mesmo sem estar na sua noite mais inspirada, saíram dos pés do atleta mais caro da história do futebol brasileiro, vendido ao Chelsea por R$ 61,5 euros, os principais lances de perigo, sempre aberto pela direita, mas com liberdade para flutuar.
Raphael Veiga também esteve bem. O meio-campista conseguiu se entender com Flaco López, escolhido para ser titular depois de um longo tempo saindo da reserva. Foi do argentino a melhor chance da primeira etapa. Ele acertou a trave em cavadinha depois de receber passe na medida de Veiga.
A dupla se afinou ainda mais no segundo tempo. Depois de tantos gols perdidos, o Palmeiras resolveu acertar o pé nos últimos 45 minutos. Ou melhor: a cabeça. Foi assim que Flaco abriu o placar, em uma de suas formas mais tradicionais de ir às redes. Veiga acertou cruzamento perfeito da direita para o argentino cutucar para o gol.
O problema para os donos da casa é que um vacilo foi suficiente para o Juventude empatar. Os visitantes lançaram bola pra área em cobrança de lateral, Murilo chegou atrasado e permitiu que Gabriel Taliari desviasse e Erick, mais rápido que Naves, empurrasse de cabeça para o gol.
Mas Estêvão decidiu desenrolar um jogo que se apresentava complicado para o Palmeiras. Na ponta esquerda, onde menos frequenta, ele estava no lugar certo e no momento certo. Flaco desviou a trivela de Veiga e deixou a bola à feição para o garoto, que dominou e mandou no canto, com seu pé bom, o esquerdo, deixando os mandantes novamente em vantagem.
O jovem sentiu um problema na virilha e deixou o campo aplaudido para dar lugar a Mayke. Quem também entrou foi Dudu. Depois de mais de 300 dias e de voltar atrás em sua ideia de deixar o clube em que se tornou ídolo para defender o Cruzeiro, ele foi acolhido e ovacionado no Allianz Parque. A torcida perdoou rapidamente o meia-atacante, que se convenceu de que sua história no Palmeiras não terminou, ainda que a presidente Leila Pereira entenda que sim.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 3 X 1 JUVENTUDE
PALMEIRAS - Weverton; Marcos Rocha, Naves, Murilo e Vanderlan (Piquerez); Fabinho (Aníbal Moreno), Zé Rafael e Raphael Veiga; Gabriel Menino (Rony), Estêvão (Mayke) e Flaco López (Dudu). Técnico: Abel Ferreira.
JUVENTUDE - Gabriel; João Lucas, Danilo Boza, Zé Marcos e Alan Ruschel; Caíque (Luís Oyama), Jadson e Ewerthon (Popó); Nenê (Mandaca) Erick (Jean Carlos) e Gilberto (Gabriel Tallari). Técnico: Roger Machado.
GOLS - Flaco López, aos 3, Erick, aos 18, Estêvão, aos 29, e Mayke, aos 37 do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS: Gabriel, Flaco López, Zé Marcos, Jadson e Piquerez.
ÁRBITRO: Davi de Oliveira Lacerda (ES).
PÚBLICO: 38.258 torcedores.
RENDA: R$ 3.048.421,21.
LOCAL: Allianz Parque, em São Paulo (SP).