Abel Ferreira não escondeu o incômodo pela equipe ter de mandar jogos na Arena Barueri quando o Allianz Parque está indisponível. Após a derrota por 2 a 0 para o Athletico-PR, pelo Brasileirão, o treinador afirmou que o clube não pode abrir mão de atuar em seu estádio e contar com a força de sua torcida. O público na partida deste domingo mais uma vez foi tímido na segunda casa alviverde, com pouco mais de 12 mil pessoas no local.
A equipe palmeirense ainda não venceu nenhum confronto de Série A na Arena Barueri em 2024, ficando com um aproveitamento de 11,1% no local diante de adversários da primeira divisão. Além do revés para o Athletico, o Palmeiras foi derrotado por 1 a 0 pelo Internacional, e empatou por 2 a 2 com o Corinthians, clássico disputado ainda pelo Paulistão. Em 2023, o time de Abel Ferreira disputou o mesmo número de partidas (3) no estádio pelo Brasileirão, alcançando um aproveitamento de 66,6% ao coincidentemente derrotar Athletico-PR e Internacional - 1 a 0, e 3 a 0, respectivamente - e perder clássico diante do Santos, por 2 a 1.
Ao longo de 2024, o Palmeiras já realizou sete partidas como mandante na Arena Barueri. O time de Abel tem 4 vitórias, 1 empate e 2 derrotas, com um aproveitamento de 61,9%. Foi jogando tendo o Allianz Parque como trunfo, por exemplo, que a equipe alviverde conseguiu reverter o confronto com o Santos na decisão do Paulistão e faturar o tricampeonato Paulista. Curiosamente, os palmeirenses também tiveram a casa como aliada na final do Estadual de 2023, quando golearam o Água Santa, por 4 a 0, depois de perderem na ida, por 2 a 1, na própria Arena Barueri.
A Arena Barueri passou a ser a segunda casa do Palmeiras na reta final do ano passado, quando a WTorre, administradora do estádio, comunicou que o local estaria indisponível em uma série de datas por causa de festivais e apresentações internacionais. Assim, a Crefipar, empresa do Grupo Crefisa, de propriedade de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, concorreu à licitação aberta pela Prefeitura para modernização, operação, manutenção e gestão da Arena Barueri - e ganhou.
O valor estimado do contrato, firmado em outubro de 2023, é de R$ 525 milhões. O acordo prevê que a empresa de Leila Pereira ficará responsável pela administração da Arena Barueri por 35 anos. Desde a vitória pela licitação para operar o estádio, o Palmeiras já disputou dez partidas no local. São 6 vitórias, 1 empate e 3 derrotas, com 63,3% de aproveitamento.
Palmeiras 0 x 2 Athletico-PR (Brasileirão, 2024)
Palmeiras 0 x 1 Internacional (Brasileirão, 2024)
Palmeiras 5 x 1 Ponte Preta (Paulistão, 2024)
Palmeiras 1 x 0 Botafogo-SP (Paulistão, 2024)
Palmeiras 3 x 1 Mirassol (Paulistão, 2024)
Palmeiras 2 x 2 Corinthians (Paulistão, 2024)
Palmeiras 2 x 0 Ituano (Paulistão, 2024)
Palmeiras 1 x 2 Santos (Brasileirão, 2023)
Palmeiras 1 x 0 Athletico-PR (Brasileirão, 2023)
Palmeiras 3 x 0 Internacional (Brasileirão, 2023)
O "Crefisão", como alguns torcedores se referem à Arena Barueri, nunca caiu no gosto do palmeirense. Acostumados com Allianz Parque, no centro da capital paulista, muitos reclamam do deslocamento até o município da Região Metropolitana para acompanhar a equipe. Há reclamação também com o acesso ruim ao estádio, as muitas filas, tumulto e lentidão na entrada, proibição de carros nas ruas do entorno da arena, ausência de sabonete e papel em alguns banheiros e a falta de vendedores ambulantes e de lanchonetes em operação na região.
Além do déficit esportivo na atual temporada, o Palmeiras vem tendo prejuízo em Barueri. O estádio vem recebendo uma média de 16 mil torcedores em jogos da equipe em 2024, menos da metade da capacidade do Allianz. A arrecadação em jogos do time alviverde na Arena cai pela metade e dificilmente tem passado de R$ 500 mil.
Em princípio, o clube não tinha a intenção de mandar jogos na Arena Barueri neste início de temporada, mas precisou recorrer ao local após o Allianz Parque ser vetado pela Federação Paulista de Futebol (FPF) por causa das más condições do gramado sintético. O Palmeiras já voltou a mandar partidas no Allianz Parque, mas precisou abrir mão do local contra Inter e Athletico a pedido da WTorre por causa de shows internacionais, principal fonte de renda da administradora, cujo contrato com o Allianz vai até 2044.