O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, anunciou nesta quarta-feira que tem um acordo com a WTorre para a construção do novo estádio santista. O documento, segundo o dirigente, será assinado num prazo de dois meses. A nova arena será construída no lugar da Vila Belmiro, que será demolida.
"O documento está sendo elaborado e está dentro do próprio cronograma, será definido dentro de 60 dias. Quanto ao início das obras, hoje dependemos do Pacaembu, pois não temos estádios. Concomitante com o que estamos tratando com a WTorre, o prazo é o ideal", afirmou o presidente. "O novo estádio vai ter 30 mil lugares."
Teixeira condicionou a resolução das questões burocráticas e a assinatura do contrato com a WTorre ao fim das obras do Pacaembu, que se tornará a casa santista durante as obras do seu novo estádio na cidade praiana. "O acordo com o estádio está celebrado. O que falta é a conclusão da obra (do Pacaembu). A partir do momento em que tenhamos o Pacaembu, poderemos iniciar as obras (do novo estádio santista)."
O anúncio foi feito em entrevista coletiva, que não contou com a presença de representantes da construtora. Segundo apurou o Estadão, as partes estão por detalhes de chegar a um ponto de convergência no contrato para dar início à demolição e obras da futura arena santista no início de 2025. Ainda há uma série de pontos a serem debatidos, mas a tendência é de que o martelo seja batido até o fim do ano.
Um imbróglio envolvendo as partes é referente à Viva Sorte, empresa de capitalização que adquiriu o naming rights da Vila Belmiro. O contrato já está assinado e sofreu alterações com a entrada da construtora, com quem o Santos tem um memorando assinado para a construção de seu novo estádio. Marcelo Teixeira acreditava que o documento tinha diversos outros pontos que não seriam benéficos ao clube e, por isso, as conversas se arrastaram.
Uma dos planos debatidos era de que fosse assinado um contrato de dez anos entre as partes, de aproximadamente R$ 15 milhões por ano. Entretanto, quando anunciado, ele passou a ser válido somente até o início das obras da construção do novo estádio.
A WTorre não intermediou o acordo entre Santos e Viva Sorte, tampouco participou das negociações. Além disso, o clube não procurou a construtora até que houvesse um entendimento com a empresa de capitalização. Quando o fez, descobriu um impedimento para firmar um vínculo de longo prazo para o "naming rights", já considerando a nova arena.
A assinatura permite o início dos processos para a regularização do projeto e captação de verbas para as obras. Na prática, o clube e a WTorre podem ir em busca da aprovação dos órgãos públicos e de verbas para o investimento, através da pré-vendas de benefícios e patrocínios. O memorando com a construtora foi assinado ainda na gestão do ex-presidente Andres Rueda.
O acordo entre Santos e WTorre, responsável por erguer o Allianz Parque, do rival Palmeiras, segue o formato de direito de superfície. Assim, o clube cede o local à empresa por 30 anos, com prazo contando a partir da inauguração da nova arena. O clube continua sendo dono do terreno e do estádio e a empresa tem o direito de uso do local. A previsão é que a reconstrução do estádio dure de 24 a 30 meses.