Leila Pereira lançou na noite desta segunda-feira sua candidatura para tentar se reeleger presidente do Palmeiras. Em um restaurante italiano na zona oeste de São Paulo, a atual presidente falou por meia hora com a imprensa, atacou a oposição e fez longo discurso em frente aos seus principais aliados, concluído com brinde regado a champanhe.
Enquanto garçons circulavam vestindo um avental verde em que se lia o nome da chapa de Leila - "Palmeiras campeão: trabalho, evolução e conquista" - a empresária atacava seu único rival no pleito, o advogado Savério Orlandi, falava sobre assuntos ligados ao time e jactava-se das conquistas palmeirenses sob sua gestão.
"Passou muito rápido, quase três anos atrás eu estava aqui fazendo campanha para a minha primeira eleição e não tive adversário (em 2021). Agora tenho, e vou te falar que fica até mais democrático, eu gosto de ter alguém contrapondo nosso trabalho. Até aparece mais o que fizemos nestes três anos, foram muitas realizações", afirmou.
Outra possibilidade de estender o contrato de Abel Ferreira, o planejamento para o novo Mundial de Clubes da Fifa, a ser disputado no próximo ano, reforços e as negociações com empresas interessadas em estampar suas marcas na camisa do Palmeiras foram os temas que dominaram a entrevista de quase meia hora. Ela indicou que suas empresas, a Crefisa e FAM, vão deixar de patrocinar o clube depois de uma década.
"Vou te falar uma coisa: pode ser que a Crefisa saia da camisa do Palmeiras, mas o Palmeiras jamais vai sair da vida da presidente da Crefisa", afirmou a dirigente. "Acho que tudo tem um ciclo na vida, nós fizemos muito pelo Palmeiras, e o Palmeiras fez muito pelas minhas empresas."
Quando Neymar foi citado na entrevista, a cartola tratou de espantar especulações ao dizer que não vai investir em reforços midiáticos para o Mundial. "Se vocês me ajudarem a pagar o Neymar, eu penso nisso, sabe?", brincou.
"Enquanto eu for presidente do Palmeiras, esquece esse negócio: 'Vamos trazer um nome de peso'. Não existe nome de peso", reforçou a empresária carioca. "Não vou fazer loucuras. A presidente Leila Pereira nunca fez e nunca fará. Eu nunca fiz nos meus negócios, ainda mais administrando um bem que não é meu."
Embora diga ser uma mulher que pensa a curto prazo, ela afirmou que seu desejo é de que Abel Ferreira renove mais uma vez seu vínculo com o Palmeiras, desta vez até o fim de 2027 (quando terminaria seu novo mandato, caso seja reeleita).
Embora seja uma cartola-celebridade, que furou a bolha do futebol e é conhecida até por quem não acompanha o Palmeiras, o seu plano, ao menos por enquanto, não é crescer como dirigente a ponto de buscar, por exemplo, ser presidente da CBF. "Eu vivo o agora. Minha vida é no Palmeiras."
DISCURSO, PALMAS E CHAMPAGNE
Leila oficializou sua chapa na presença de centenas de apoiadores, que lhe bateram palmas efusivamente quando ela concluiu seu discurso. Maria Tereza Bellangero (primeira vice-presidente), Paulo Buosi, Everaldo Coelho e Márcio Martin compõem a chapa da candidata à reeleição.
Ela discursou para conselheiros e aliados à frente de uma apresentação intitulada "Círculo Virtuoso", formado, segundo ela, por trabalho, valorização da marca, mais receitas, investimento, evolução e conquistas.
"Sou mulher objetiva e prática, sou executiva, gosto de executar, enquanto o candidato da oposição gosta de debater ideias", disse ela, alfinetando de novo seu único rival na eleição, Savério Orlandi.
"Óbvio que a última palavra é sempre minha, eu gosto de decidir, mas não sou autoritária. Se decido por algo que não é bom para o Palmeiras, eu volto atrás", admitiu ela, que reconheceu falhas em sua gestão, sem apontar quais. "Cometi alguns erros, sim, no Palmeiras, mas consertei." Ela encerrou sua fala e propôs um brinde com champagne com os apoiadores, que lhe aplaudiram.