A justiça da província argentina de Mendoza resolveu afastar, nesta terça-feira, os dois jogadores da seleção francesa de rúgbi do caso em que eram investigados por suposto crime de abuso sexual de uma mulher, após considerar que não havia crime.
A medida foi ordenada pela juíza criminal Eleonora Arenas em favor de Hugo Auradou e Oscar Jégou, confirmou nesta terça-feira a Secretaria de Informação Pública do Supremo Tribunal de Mendoza.
Jegou e Auradou, de 21 anos, foram detidos no Judiciário de Mendoza e depois em prisão domiciliar na capital daquela província acusados de abusar de uma mulher adulta em um hotel no dia 7 de julho. O episódio aconteceu após a realização de uma partida contra o Pumas argentino.
Os acusados, que em setembro receberam autorização para retornar ao seu país, declararam ter mantido relações sexuais consensuais com a mulher, o que foi apoiado pela justiça de Mendoza.
"O fato não cabe em figura criminosa, ou seja, o fato é atípico. Concluindo, o fato investigado não constitui crime", explicou a autoridade judiciária de Mendoza.
Depois de tomar conhecimento da decisão, a Federação Francesa de Rúgbi manifestou que "acolhe esta decisão com alívio e satisfação" e anunciou que os jogadores poderão regressar à seleção francesa.
No entanto, a entidade entendeu que "estes acontecimentos lembram-nos a necessidade de criar novas condições para prevenir e evitar comportamentos de risco no rúgbi de alto nível, para formar jogadores responsáveis e exemplares".
A mulher conheceu os dois franceses numa discoteca na noite seguinte ao jogo e, segundo contou, foi violada poucas horas depois num quarto de hotel. Ela concordou em se submeter a exames físicos como parte da investigação.
Após estudo psicológico e psiquiátrico realizado na suposta vítima, a Procuradoria dos Crimes Contra a Integridade Sexual alertou para inconsistências na história. "Observaram elementos compatíveis com exageros e contradições", pelo que solicitaram o arquivamento das acusações.