A Fifa anunciou, nesta segunda-feira, que vai convidar as "principais partes interessadas" em todo mundo para fazer uma atualização das regras de transferência com o objetivo de que as leis europeias de mercado sejam cumpridas.
A posição da entidade que comanda o futebol acontece após uma decisão em que o Tribunal de Justiça Europeu reconhece que determinadas regras na transferência de Lassana Diarra não estavam em conformidade com suas leis sobre concorrência e liberdade de movimento de mão de obra.
"Juntamente com eles, a Fifa determinará quais conclusões devem ser tiradas da decisão de Diarra e quais mudanças são mais apropriadas e adequadas para serem feitas no artigo 17 (dos regulamentos de transferência)", disse o diretor jurídico do órgão regulador, Emilio García, em um comunicado.
Enquanto alguns analistas especulam que todo o mercado global de transferências, avaliado em mais de US$ 10 bilhões a cada ano, pode ser derrubado, a Fifa acredita que suas consultas podem se concentrar mais especificamente em disputas entre jogadores e clubes, onde contratos são supostamente quebrados sem justa causa.
As negociações da entidade devem incluir o sindicato global de jogadores FIFPRO, além de representantes de clubes, ligas e federações nacionais de futebol.
Diarra, ex-jogador do Real Madrid, Arsenal e Chelsea, assinou um vínculo de quatro anos com o Lokomotiv Moscou em 2013. O acordo foi rescindido um ano depois, após ele estar descontente com supostos cortes salariais.
A Fifa e, em seguida, a Corte Arbitral do Esporte descobriram que o clube russo rescindiu o contrato "com justa causa" e ordenou que o jogador pagasse 10,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 64,6 milhões). Diarra argumentou que sua busca por um novo clube foi afetada pelas regras da entidade, tornando seu próximo empregador solidariamente responsável pelo pagamento de indenização ao Lokomotiv.
A decisão, que foi tomada no dia 4 de outubro, foi a favor de Diarra. A sentença considerou que o regulamento vigente compromete a livre circulação de atletas profissionais para um novo time dentro da área que corresponde à União Europeia.
As negociações lideradas pela FIFA serão abertas enquanto o caso Diarra agora retorna a um tribunal local na Bélgica, onde uma decisão final pode levar anos em vez de meses.