O título conquistado por Max Verstappen neste fim de semana chega como um sinal de alívio para o tetracampeão mundial. A Fórmula 1 passará por importantes mudanças em 2026, com alteração no regulamento dos motores, e isso poderá ser crucial para entender quais os próximos passos da carreira do holandês na categoria máxima do automobilismo mundial.
Verstappen tem contrato com a Red Bull até o fim de 2028. O holandês já afirmou diversas vezes que pretende reavaliar a sequência da carreira periodicamente. O número recorde de Grandes Prêmios na temporada - serão 24 novamente no próximo ano - impõe aos pilotos e membros das equipes um ritmo de vida alucinante. As escuderias costumam dividir parte de seu pessoal para que nem todos precisem acumular GPs consecutivos. Mas isso não se aplica aos pilotos e membros do alto escalão.
A arrecadação média anual de Verstappen, entre salários na Fórmula 1 e cotas publicitárias, chega próximo a US$ 81 milhões (R$ 470 milhões), de acordo com a revista Forbes. Esses número o tornam o piloto mais bem pago da categoria e o aproximam do top-10 de atletas em atividade melhor remunerados do mundo. Ícones do futebol, golfe, basquete e futebol americano ainda aparecem à frente.
"No momento, tenho um contrato. Terei 31 anos de idade ao final do acordo. É claro que isso ainda estarei muito jovem, mas comecei quando tinha 17 anos. Isso é muito tempo na Fórmula 1. Para mim, isso também depende de como será a condução dos novos carros a partir de 2026. Eles serão agradáveis de dirigir? A quantidade de corridas, o quanto você está longe de casa, é exigente", disse Verstappen à Road and Track.
As mudanças na motorização dos carros de Fórmula 1 deixa dúvidas sobre Verstappen. A Red Bull vai trocar a parceria da Honda pela Ford no desenvolvimento das unidades de potência a partir de 2026. Os japoneses estarão nos carros da Aston Martin e outras mudanças também vão acontecer.
A Renault deixará de fornecer motores até para a própria equipe, a Alpine. A Audi entrará na F-1 após adquirir participação majoritária na escuderia Sauber. Mercedes e Ferrari continuam, e a Cadillac - da General Motors - já oficializou interesse para entrar na disputa a partir de 2028, junto com a equipe Andretti - que vive situação conflituosa com a categoria, mas uma antecipação pode ocorrer depois de movimentações no paddock do GP de Las Vegas neste fim de semana.
Toda mudança é capaz de criar novas hegemonias na Fórmula 1. Foi assim em 2014 com a adoção dos motores híbridos que tornaram a Mercedes imbatível. Em 2021, transformações aerodinâmicas elevaram a Red Bull de volta a esse posto, fato que credenciou Verstappen ao posto de tetracampeão mundial.
Com a saída de Lewis Hamilton da Mercedes para a Ferrari, a equipe alemã iniciou uma busca por um substituto à altura. Verstappen era o preferido de Toto Wolff, chefão da escuderia, mas a vontade não se concretizou, e a Mercedes optou por uma dupla formada em sua academia, com George Russell e Andrea Kimi Antonelli. Mas, "só Deus sabe o que acontecerá no futuro", como disse o mandatário.
A Red Bull passou por problemas em seu comando no início do ano após surgir uma denúncia de assédio contra o chefão, Christian Horner, que já foi inocentado pelo caso internamente. Ele também entrou em litígio com o consultor Helmut Marko e recebeu críticas de Jos Verstappen, pai de Max. A saída do mago da aerodinâmica, Adrian Newey, rumo à Aston Martin se tornou outra dor de cabeça para os austríacos.
Diante de discussões na burocracia da Red Bull e oscilações bruscas do carro ao longo de 2024, Verstappen entrará em 2025 sem tanta certeza de título.
Os rivais, ainda sob o atual regulamento, estão se aproximando e a batalha pelo lugar mais alto do pódio será mais intensa com McLaren, Ferrari e Mercedes. Ficar na Red Bull, dependendo das condições do carro e das ebulições internas, pode ser mais um motivo para Verstappen decidir encerrar a carreira a curto prazo ou buscar novos ares o quanto antes.