O STJD aplicou dois jogos de suspensão ao técnico Abel Ferreira pela expulsão na decisão da Supercopa do Brasil, diante do Flamengo, e o treinador ainda terá de cumprir um jogo, sendo desfalque na estreia da Copa do Brasil ou do Brasileirão. Os auxiliares João Martins e Vítor Castanheira receberam um jogo de pena cada e estão liberados.
O trio foi enquadrado no artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva: "assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva". Nos acréscimos da decisão, Abel Ferreira perdeu a paciência quando um possível escanteio ao Palmeiras não foi marcado e saiu esbravejando, 'dando um soco no ar e chutando o microfone de captação de áudio", de acordo com a súmula de Wilton Pereira Sampaio.
O técnico ainda tentou se defender no STJD. "Tinha muita coisa em jogo, uma final de título. Faltava apenas um minuto para acabar o jogo, em um ataque nosso, nosso jogador chuta a bola e seria um escanteio para o Palmeiras. Foi claro. Mas o árbitro entendeu que era um tiro de meta a favor do Flamengo. Foi aí que levantei, protestei com o árbitro e, quando voltei em direção ao banco, atingi o microfone", alegou. Os auxiliares também apresentaram suas versões após também levarem o cartão vermelho.
"Os depoimentos e provas de vídeo não afastam os fatos, pelo contrário, corroboram com a denúncia. O comportamento da comissão técnica foi desrespeito com a equipe de arbitragem conforme o relato da súmula", avaliou o procurador George Ramalho. "Existe um grau de reprovabilidade maior na conduta de um técnico, que é um profissional que precisa estar preparado para momentos decisivos como esse", afirmou.
O relator foi além: "Cabe a ele ser um exemplo tanto para a comissão quanto para seus jogadores, e isso também pode influenciar os próprios torcedores. Temos que reprimir, sim, e punir de forma exemplar quem comete esses equívocos. Por isso, a Procuradoria entende que está plenamente demonstrada as infrações e pede a aplicação das penas aos denunciados", completou, sugerindo dois jogos de penalidade ao técnico e um para cada auxiliar.
Os auditores Eric Chiarello, Cláudio Diniz, Bruno Tavares e o presidente Luís Felipe Procópio concordaram na íntegra com o voto de George Ramalho, definindo a punição ao trio palmeirense. Apesar do anúncio da punição para Abel Ferreira, ainda cabe recurso ao clube.