Há 50 anos, futebol de Apucarana fazia a sua melhor campanha no Campeonato Paranaense

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 31/01/2018
Apucarana F.C. em 1968. Em pé: Vitão, Berguinho, Darci Faria, Viraci, Nilton Santos e Ditinho. Agachados: Passarinho, Leocádio, Wilson Botão, Didi e Ganzepe - Foto: Arquivo pessoal

O Campeonato Paranaense de 1968 completa 50 anos nessa temporada, com o Coritiba sendo o campeão e o Atlético-PR ficando em segundo lugar. Mas a grande sensação daquele ano foi o Apucarana Futebol Clube (AFC). O Tricolor da “Cidade Alta” ficou com o título honroso de campeão do interior e até os dias de hoje foi a melhor campanha de um time apucaranense na elite do Estadual. 

A competição com 14 equipes foi disputada em turno e returno. O Apucarana realizou 26 jogos, com 13 vitórias, seis empates e sete derrotas, marcando 34 gols e levando 20. Inclusive, a AFC teve a defesa menos vazada da competição. Em pontuação o Coritiba somou 39, seguido por Atlético-PR 37 e Apucarana 32.

Também disputaram o Paranaense daquele ano as equipes do Ferroviário, Primavera, Britânia e Água Verde, todas de Curit iba; Londrina e Paraná, de Londrina, Seleto, de Paranaguá, Jandaia, Grêmio Maringá, Paranavaí e União Bandeirante.

Em casa, o AFC terminou o campeonato invicto, pois derrotou Jandaia, União Bandeirante, Água Verde, Ferroviário, Britânia, Primavera, Londrina, Paraná, Paranavaí e Seleto, empatando com Atlético-PR, Grêmio Maringá e Coritiba. Portanto, as derrotas no campeonato foram fora de casa. 

O grande resultado no campeonato foi a vitória do Apucarana sobre o Coritiba por 3 a 0 no Estádio Belfort Duarte (hoje Couto Pereira). Segundo Berguinho, meia do AFC na época, dois gols foram marcados por Passarinho e o outro por Didi.

A partida aconteceu no dia 21 de abril, válida pelo primeiro turno do campeonato. E olha que o Coritiba tinha em seu elenco atletas de destaque como o goleiro Célio, o lateral-esquerdo Nilo, o meia Paulo Vecchio e os atacantes Krüger e Kosilek. Mesmo assim o time coxa-branca não viu a cor da bola e não foi páreo para o Tricolor do Norte do Estado.

Presidido por Heitor Pinheiro e treinado por Bonelli, ex-goleiro do São Paulo, o time base do AFC era formado por Viraci, Ditinho, Calegari, Darci Faria e Nilton Santos; Edílio, Leocádio e Berguinho; Passarinho, Didi e Ganzepe. Também faziam parte do elenco os jogadores Barbosa, Quirino, Português, Vitão, Dito Cola, Wilson Botão, Paina, Fifi e Tantos. 

O time de 1968 foi formado por alguns remanescentes de 1967, e jogadores que vieram do Comercial de Cornélio Procópio, Bangu-RJ, Ferroviária-SP e Botafogo-SP. 

Destaque naquele campeonato para os árbitros Vander Moreira e Arnaldo César Coelho. O primeiro depois em 1977 foi campeão paranaense da Segunda Divisão como técnico pelo Apucarana Atlético Clube (AAC) e o segundo hoje é comentarista de arbitragem da Rede Globo de Televisão.

BERGUINHO - Único morador em Apucarana até hoje daquela equipe, o meio-campista Lindembergue Mendonça Cacia, o Berguinho, mineiro de Pirajuba, lembra com muitas saudades da campanha realizada em 1968.
“Foi uma campanha inesquecível. O nosso time era compacto, forte, tinha muita qualidade. Além do mais tínhamos peças de reposição”, disse o jogador revelado pelo América, de São José do Rio Preto-SP e que também teve passagens por Botafogo-SP e XV de Jaú-SP. 

O meia chegou ao AFC para disputar o Campeonato Paranaense de 1966. Ficou no clube até 1970. O seu melhor momento na equipe foi em 1968, quando o time obteve a terceira colocação no Estadual.

A boa performance da equipe naquela competição levou o zagueiro Calegari para a Portuguesa de Desportos, o meio-campista Leocádio e o ponteiro-direito Passarinho para o Coritiba. Os três chegaram a ser campeões estaduais por seus clubes. Os demais com a bela campanha de 1968 ganharam muito respeito, admiração e passaram a ser conhecidos no futebol paranaense.

Naquela época, Berguinho chegou a ser procurado por dirigentes do Atlético-PR, mas optou em continuar no Apucarana. Além do AFC, no Paraná ele ainda teve uma rápida passagem na Mourãoense, de Campo Mourão. Em 1972, encerrou a carreira. Na sequência fez um teste na Copel, passou e por 14 anos trabalhou na empresa. Casado, ele tem três filhos e três netos.