Iranianos pedem que russa evite decotes durante o sorteio

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 30/11/2017

ALEX SABINO E SERGIO RANGEL, ENVIADOS ESPECIAIS

MOSCOU, RÚSSIA (FOLHAPRESS) - Os torcedores do Irã, um dos países que disputarão a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, correm o risco de não poderem assistir a parte do sorteio dos grupos do Mundial, nesta sexta-feira (1º). Tudo por causa da roupa usada por Maria Komandnaia.

A jornalista russa, escalada para comandar o evento ao lado do ex-jogador inglês Gary Lineker, costuma ter suas fotos com decotes e saias curtas censuradas nas redes sociais do país islâmico.

Ao anunciar que seria uma das apresentadoras do sorteio, ela recebeu mensagens de torcedores iranianos pedindo que usasse um vestido comportado no evento. Eles temem que a ousadia das roupas da russa faça com que a transmissão do sorteio seja interrompida pelos censores.

Nos dias anteriores ao evento, ela não quis falar sobre a roupa que irá usar. "Vou manter em segredo", disse.

Ela é uma das mais famosos personalidade da TV russa e participa de programas esportivos há mais de uma década. Na Copa das Confederações deste ano, Komandnaia trabalhou como repórter de campo da Fox russa.

Apesar da fama, ela admitiu que não sabe muito sobre futebol. "Ainda estou apreendendo, mas o meu pai é fanático", afirmou.

Mesmo assim,ao ser escolhida pela Fifa, comemorou dizendo que era a "garota mais feliz do mundo".

Nesta quarta-feira (29), ela conduziu sozinha a simulação do sorteio dos grupos para os jornalistas.

"Já me encontrei com Gary [Lineker] três vezes. Pedi apenas para ele não fazer muitas piadas", brincou a jornalista, sobre o senso de humor do ex-jogador com quem vai dividir o palco.

A apresentadora russa é uma defensora da igualdade de gênero no esporte. Em setembro, ela comemorou quando a alemã Bibiana Steinhaus se tornou a primeira mulher a apitar uma partida do Campeonato Alemão.

A Fifa gosta de colocar belas modelos como apresentadoras de seus eventos com transmissão televisiva. No sorteio do Mundial do Brasil, a gaúcha Fernanda Lima apresentou a cerimônia ao lado de Jérôme Valcke, então secretário-geral da Fifa.

Na época, o nome da apresentadora brasileira ficou entre os mais procurados no Google. Ela apareceu em jornais do mundo inteiro e sua beleza foi elogiada no exterior.

Fernanda virou uma espécie de rosto bonito da Fifa. Logo em seguida, ela foi para a Suíça apresentar a maior premiação da Fifa, a "Bola de Ouro". O troféu ficou com Cristiano Ronaldo.