EDUARDO GERAQUE E LUIZ COSENZO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após a segunda eliminação em 15 dias, o técnico Cuca afirmou que a equipe palmeirense apresentou uma evolução nas últimas cinco partidas.
A declaração foi dada logo após a equipe alviverde ser eliminada pelo Barcelona, de Guayaquil, por 5 a 4, nos pênaltis. No tempo normal, o time venceu por 1 a 0 -mesmo resultado do jogo de ida, que terminou com vitória dos equatorianos. No último dia 26, o clube havia caído na Copa do Brasil após dois empates com o Cruzeiro (3 a 3, em São Paulo e 1 a 1, no Mineirão).
"Eu acho que a gente evoluiu. Ninguém vai achar que evoluiu porque tá todo mundo bravo com a desclassificação. Se tirar o último jogo contra o Atlético-PR, que foi um time muito alternativo e sem conjunto, as últimas partidas temos jogado bem. Agora, a avaliação do treinador não sou eu quem devo fazer. Lógico que devo estar recebendo muitas críticas, e com razão, porque não passamos. Mas se passa, seria diferente", disse o treinador palmeirense.
Ele se refere aos jogos contra Avaí, Botafogo, Cruzeiro, Sport e Flamengo. Destas partidas, foram três vitórias e dois empates.
Apesar de vê uma evolução na equipe, Cuca afirmou também que se sente ameaçado no cargo.
"Como que um treinador vai ser eliminado da Copa do Brasil e Libertadores, com o elenco que tem o Palmeiras, e não vai ficar ameaçado? Lógico que tá. Tem todo o direito, a diretoria, o Alexandre [Mattos, diretor de futebol], o presidente [Maurício Galliote], se eles acharem que tem que trocar. Tem todo o direito. Porque nem eu tô contente, não com o meu trabalho, mas sim com os resultados. Acho no trabalho estou dando meu máximo, não consigo dar mais, estou no meu limite, que é o máximo. Vou continuar nele", completou.
O treinador tinha colocado as duas competições mata-mata como prioridades para o restante da temporada. Agora, ele vê o Palmeiras com a obrigação de garantir uma vaga direta para a edição do próximo ano do torneio continental.
Atualmente, o Palmeiras está na quarta colocação com 32 pontos -15 a menos do que o líder Corinthians.
"O Palmeiras joga pela Libertadores do ano que vem. O Palmeiras tem que estar na Libertadores de alguma forma. Não sei se como quarto, terceiro, segundo ou primeiro, até porque ninguém jogou a toalha", acrescentou.
PRESIDENTE DESCARTA MUDANÇA
Logo após a eliminação, o presidente do Palmeiras, Maurício Galliote, descartou qualquer mudança no departamento de futebol. Nem Cuca e nem Alexandre Mattos estão ameaçados, afirmou Galliote.
"Não teremos mudança. A torcida do Palmeiras pode ter certeza que nós vamos ganhar a Libertadores. Em algum momento, mas vamos ganhar. Para isso temos que jogá-la", disse o presidente logo após a eliminação.
Galliote procurou desfazer o discurso de que por que o time perdeu não existe planejamento e voltou a insistir no Brasileiro. "Conversei com os jogadores. Estavam todos chateados, alguns chorando no vestiário. É levantar a cabeça, trabalhar e fazer o maior número possível de pontos no Brasileiro", afirmou.
Em três competições disputadas já neste ano, o Palmeiras ainda não conseguiu chegar à final. Além da eliminação nas quartas de final da Copa do Brasil e nas oitavas da Libertadores, o time foi eliminado na semifinal do Campeonato Paulista para a Ponte Preta.
O clube alviverde foi o que mais investiu para esta temporada. Com a ajuda da Crefisa, gastou mais de R$ 100 milhões em contratações e possui uma folha salarial de R$ 15 milhões.