Kubica faz quase 2GPs em teste, mas diz que "é cedo" para falar em retorno

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 02/08/2017

JULIANNE CERASOLI

LONDRES, REINO UNIDO (UOL/FOLHAPRESS) - Completando o equivalente a quase dois GPs da Hungria, Robert Kubica completou seu terceiro e mais esperado teste com um Fórmula 1 desde que decidiu começar um programa para buscar retornar à categoria em que não corre desde que teve um grave acidente de rali, em 2011.

O polonês de 32 anos, que ainda tem limitações no movimento do braço direito, fez o quarto melhor tempo em uma sessão que contou com pilotos titulares, como Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen, assim como jovens talentos que estão sendo observados para o futuro.

No total, Kubica deu 142 voltas, divididas em 20 saídas distintas, e marcou seu tempo em 1min18s572, com pneus ultramacios. A marca foi 1s448 mais lenta que a de Sebastian Vettel.

Durante o final de semana do GP da Hungria, disputado no último domingo, a volta mais rápida de um carro da Renault foi de Nico Hulkenberg, com 1min17s468. No entanto, as marcas, no geral, foram mais lentas nesta quarta-feira do que na classificação para a prova de Hungaroring.

"Não foi um dia fácil, mas acho que fizemos um bom trabalho. Estava muito quente, a pista é difícil e é uma das mais duras fisicamente. E os carros são rápidos, você tem de trabalhar muito no cockpit. Antes de eu vir para cá, Nico [Hulkenberg] disse que, se eu pudesse andar aqui, poderia andar em qualquer lugar, e acho que ele está certo. Não poderia imaginar há dois meses que estaria aqui dando tantas voltas. Estou feliz, mas não 100%", avaliou.

Kubica revelou que a parte da manhã foi difícil, pois ele tinha se acostumar com muitas coisas novas no carro. "Quando voltei à tarde, me sentia um novo piloto. Dizem que você precisa pilotar para melhorar, mas acho que também precisa pensar sobre como pode melhorar. Então certamente se eu voltasse ao carro amanhã estaria melhor. Lógico que gostaria de ter mais oportunidades mas, no momento, sinceramente não sei se terei. Então temos de esperar para ver", disse o polonês, perguntado em Hungaroring sobre quais seriam os próximos passos.

"Foi uma sensação fantástica para mim estar aqui hoje pilotando o RS17 e também foi incrível ver tantos fãs vindo me ver na pista, então quero agradecer a todos", destacou o polonês, que teve seu nome cantado pelos torcedores, muitos deles poloneses que já podiam ser vistos com suas bandeiras durante o final de semana do GP da Hungria nas arquibancadas, e recebeu aplausos em todas as vezes nas quais foi à pista.

Desde o início do ano, Kubica iniciou um projeto primeiramente para compreender se tinha condições de voltar a andar com monopostos, e depois visando o retorno à F-1. Após o acidente de 2011, o piloto disputou várias categorias, mas nunca em monopostos, devido ao menor espaço do cockpit.

Porém, com a situação do braço melhorando, Kubica primeiro testou um GP3 e foi experimentando carros mais potentes até chegar ao F-1. Nas últimas semanas, o piloto andou com o carro de 2012 da Renault em Valência e em Paul Ricard. Mas foi nesta quarta-feira, contudo, que ele teve sua primeira experiência tanto com o modelo atual, quanto com outros pilotos na pista.

"Tem sido uma jornada incrível até aqui, onde eu respondi muitas perguntas a mim mesmo. Aprendi muito sobre a última geração dos carros, e também que uma quantidade razoável de diferenças entre ela e os carros que eu já pilotei na F-1. O carro é certamente mais largo", destacou.

"Consegui trabalhar metodicamente com o programa de performance da equipe e acho que progredimos. Certamente, meu entendimento sobre o carro e esses pneus cresceu bastante. No momento, é muito cedo para dizer qual será o próximo passo. Devo agradecer muito a todos na Renault por terem tornado isso realidade."

A previsão mais otimista das pessoas ligadas a Kubica ouvidas pela reportagem é de que lhe seja dada a chance de voltar já na próxima corrida, no GP da Bélgica, dia 27 de agosto, no lugar do pressionado Jolyon Palmer. A direção da Renault, contudo, deixa claro que a sequência de testes não significa que o polonês terá uma vaga e fala em uma decisão nos próximos meses pensando em um possível retorno apenas no ano que vem.