ATUALIZADA - Etiene leva ouro inédito para o país em Mundialis

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 27/07/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A pernambucana Etiene Medeiros, 26, converteu-se ao longo dos anos em uma especialista em obter façanhas para a natação brasileira.

Nesta quinta-feira (27), em Budapeste, ela logrou mais uma ao ganhar a medalha de ouro nos 50 m costas e se tornar a primeira nadadora do país a ostentar o título de campeã mundial em piscina longa (50 m), mesma metragem na qual são disputados os Jogos Olímpicos. A prova, no entanto, não faz parte do programa olímpico.

Etiene triunfou ao cumprir a distância em 27s14, novo recorde sul-americano, apenas um centésimo à frente da chinesa Yanhui Fu -o bronze ficou com a bielo-russa Aliaksandra Herasimenia (27s23).

As duas primeiras colocadas inverteram posições em relação ao último Mundial.

Em Kazan-2015, a asiática havia conquistado a vitória na prova e relegado a brasileira ao vice-campeonato.

Na ocasião, Etiene se tornou a primeira representante brasileira a subir ao pódio no Mundial de natação, cuja relevância internacional é inferior apenas à da Olimpíada.

Agora, com a láurea máxima na Hungria, ela ratifica sua condição de pioneira.

Recentemente, Etiene foi a primeira nadadora brasileira a conquistar um título mundial, mas em piscina curta (25 m), em Doha, no ano de 2014, também nos 50 m costas.

Na mesma competição e na mesma prova, virou a primeira mulher do Brasil a deter um recorde mundial: cravou 25s67, que perdura até hoje.

Em 2016, ela repetiu o ouro no Mundial em piscina curta (25 m) de Windsor (CAN).

"Sinto que estou mesmo mais madura, aprendendo a transformar o que não foi bom em aprendizado. Hoje vibro mais com essa medalha do que a do início que ganhei, porque eu sei o peso dela", afirmou a nadadora, que vive e treina em São Paulo.

DOPING

Citar o que "não foi bom" quer dizer a metade de 2016, quando foi flagrada em exame antidoping com a substância fenoterol, um antiasmático que atua como broncodilatador -também estimula a produção de hormônio e de anabolizantes.

Ela foi absolvida por um tribunal e pôdea tempo de participar dos Jogos Olímpicos do Rio, onde obteve como melhor resultado o oitavo lugar nos 50 m livre. Nos 100 m costas , então tida como sua prioridade, piorou dois segundos sua melhor marca.

Na sequência, perdeu motivação. Etiene resolveu deixar de lado os 100 m costas e os 100 m livre e focar nas provas mais velozes.

No sábado (29), ela tem seu último compromisso em Budapeste. Nadará as eliminatórias e, espera, as semifinais dos 50 m livre. Se avançar, fará a final no domingo (30).

Qualquer seja o resultado, ela já se põe na direção correta para o restante do ciclo olímpico até Tóquio-2020.

Nesta quinta-feira, o Brasil obteve ainda um quinto lugar em Budapeste com Marcelo Chierighini nos 100 m livre, com o tempo de 48s11. O ouro ficou com o americano Caeleb Dressel (47s17).

O Brasil tem outras três medalhas de prata no Mundial: com o revezamento 4 x 100 m livre, Nicholas Santos nos 50 m borboleta e João Gomes Júnior nos 50 m peito.