ATUALIZADA - Justiça decreta prisão de suspeitos de matar fundador da Mancha

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 10/03/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Justiça decretou nesta sexta-feira (10) a prisão temporária de dois suspeitos pelo assassinato do fundador da Mancha Alviverde, torcida organizada do Palmeiras, Moacir Bianchi.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo, a partir de depoimentos de testemunhas, a polícia chegou ao nome do suposto assassino. Na mesma investigação, foi esclarecido quem dirigia o carro que parou atrás do de Bianchi.

Segundo a reportagem apurou, a polícia preparava operação para prender os suspeitos neste sábado (11). No entanto, foi pega de surpresa pela decisão do Ministério Público de tornar pública a decisão, e acredita que as chances de prisão se reduziram a zero porque, certamente, os suspeitos aproveitariam para fugir..

O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) segue apurando se mais pessoas participaram do crime. O promotor de Justiça Tomás Ramadan solicitou que sejam reunidos mais elementos para esclarecer os motivos do assassinato.

Um dos suspeitos da polícia é um membro da torcida organizada que teria discutido com Bianchi no dia 1º, horas antes da emboscada que o vitimou. O nome dele apareceu em depoimentos dados ao DHPP.

Na quarta-feira (1º), uma reunião na sede da organizada tinha intenção de apaziguar os ânimos de diferentes subsedes da organizada, que têm entrado em conflito nos últimos meses, especialmente os grupos da zona sul e da zona leste. Segundo Paulo Serdan, ex-presidente da organizada e amigo de Bianchi, ele estava "ansioso" com a reunião e tentava colocar panos quentes.

A Mancha Alviverde anunciou nesta sexta-feira que os membros da atual diretoria da entidade renunciarão a seus cargos e fala em "ressurgimento" da entidade. A torcida organizada chegou a suspender suas atividades logo após o crime.

O CRIME

Bianchi foi encontrado morto por volta das 4h por policiais na avenida Presidente Wilson, na altura do número 3.100, no bairro do Ipiranga, na zona Sul de São Paulo. Ele recebeu cinco tiros no abdome, cinco no pescoço, três no ombro direito, um no rosto, um no lado direito do tronco, cinco no braço direito, um na perna direita e um na cabeça.

Uma testemunha relatou que quando Bianchi, que estava dirigindo um veículo Honda City, parou no semáforo, outro veículo parou atrás dele. Os suspeitos saíram do carro e fizeram os disparos, fugindo em seguida.

HISTÓRICO

Em 1983, Bianchi fundou a Mancha na companhia de 14 outros palmeirenses. Entre eles estava um de seus melhores amigos, Cleofas Sóstenes Dantas da Silva, mais conhecido como Cléo, morto a tiros em 1988 aos 22 anos diante da sede da organizada.

Em entrevista dada ao portal R7 em 2013, Bianchi enumera dezenas de brigas de que participou. Segundo ele, a Mancha ganhou fama por causa dessa violência.

Ele fez parte de alguns dos momentos mais tensos de atividade da organizada: em 1990, quando torcedores destruíram a sala de troféus do clube após eliminação no Paulista; e em 1995, no Pacaembu, quando torcedores do Palmeiras e do São Paulo se enfrentaram na final da Supercopa de Juniores, deixando 102 feridos e um morto.