Centro Paraolímpico abre as portas mesmo sem equipamentos da União

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 19/02/2016

JAIRO MARQUES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo de São Paulo resolveu, na manhã desta sexta-feira (19), abrir as portas e anunciar o início das atividades esportivas do Centro Paraolímpico Brasileiro.
O empreendimento custou cerca de R$ 300 milhões e ainda não está equipado, o que deve acontecer até o final deste ano. Os parceiros na construção do centro, o Ministério do Esporte e o Comitê Paralímpico Brasileiro, não estavam presentes no que foi chamado de "soft opening", uma inauguração sem pompas e discursos.
Prometido para maio de 2015, o complexo, um dos mais modernos do mundo, está com toda a sua parte estrutural pronta e vai ficar disponível para o uso dos atletas "gradativamente".
A prática do atletismo, da natação e de esportes de quadra, como o vôlei sentado, vai começar no início de março, de acordo com a Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, órgão que encabeça a iniciativa.
Para funcionar completamente, o local ainda precisa receber os materiais esportivos, de academia, dos laboratórios e das salas de apoio, orçados em cerca de R$ 20 milhões, dinheiro que deve sair da União, mas ainda sem data prevista.
"Entendo e considero que o país passa por uma crise econômica importante, mas temos de começar a trabalhar. Os atletas precisam testar o local, dar vida a ele, para sabermos o que porventura não esteja de acordo", afirma Linamara Rizzo Battistella, secretária da Pessoa com Deficiência do Estado, quem encabeçou o evento.
Nos bastidores, a leitura é que o governo paulista não quis ficar com o ônus de manter um "elefante branco" em pleno ano de Paraolimpíada no Rio e quer se credenciar como palco de futuras competições internacionais de grande monta.
PISCINAS
Com uma área construída de 95 mil m2, o centro vai ser capaz de abrigar 15 modalidades paradesportivas e foi projetado em meio a uma área verde, o Parque Fontes do Ipiranga.
Um dos pontos que mais chama a atenção no complexo, com arquitetura arrojada e totalmente acessível, é a área de esportes aquáticos. Além de um espaço para hidroterapias, uma piscina com 52m de extensão, 25m de largura e três metros de profundidade impressiona os visitantes. Há também uma semiolímpica.
"Mais do que um espaço esportivo, a missão do centro é ser um local de produção de conhecimento, de inovação e de tecnologia que sirva toda a sociedade. Não queremos apenas ganhar medalhas, mas causa um impacto na saúde e na cidadania das pessoas com deficiência", diz a secretária.
GESTÃO
Embora o complexo vá ter as portas abertas, ainda não se chegou a um modelo de gestão para o local, que deverá abrigar eventos para milhares de pessoas. Um hotel que faz parte da instalação é capaz de receber até 300 atletas e conta com restaurante.
O valor ainda em cálculo para a manutenção anual das instalações gira em torno de R$ 12 milhões.
"Estamos falando com todo o mundo. Talvez tenhamos uma gestão compartilhada entre o Estado, o comitê paraolímpico e entidades privadas. Estamos abertos às possibilidades", declarou Linamara.