Bom Senso defende protesto de organizada e faz campanha por faixas

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 17/02/2016

CAMILA MATTOSO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A polêmica envolvendo as faixas de protestos levantadas pela torcida do Corinthians virou campanha na internet.
O Bom Senso, movimento de jogadores que reivindica melhorias no futebol brasileiro, irá apoiar o lançamento de uma mobilização batizada de "#LiberaFaixa - por um futebol sem censura".
Por meio de uma plataforma online, torcedores poderão reivindicar junto à Federação Paulista de Futebol a garantia da liberdade de expressão nos estádios.
A Gaviões da Fiel, maior organizada do Corinthians, levou nos dois últimos jogos mensagens contra a CBF, a Federação Paulista, a Rede Globo e também de cobranças à direção do Parque São Jorge.
Contra o Capivariano, na semana passada, a PM reprimiu, entrando em confronto com torcedores.
Contra o São Paulo, no último domingo (14), a polícia disse que não agiu "por motivos de segurança", mas o árbitro do clássico, Luiz Flávio de Oliveira, parou o jogo e pediu ajuda ao capitão do Corinthians para que falasse com a uniformizada.
Paulo André, zagueiro do Atlético-PR e líder do Bom Senso, defendeu as manifestações, em contato com a Folha de S.Paulo.
"Qualquer pessoa ou grupo têm o direito constitucional de protestar, graças a Deus. A decisão foi arbitrária, o juiz decidiu sem nenhuma orientação. O estatuto do torcedor é claro quando proíbe atos de racismo e xenofobia. A PM também não tem nada que reprimir esse movimento. É de conhecimento público que há dezenas de coisas não corretas dentro das torcidas organizadas, mas este protesto é legal. E o Felipe, que é um grande amigo e uma pessoa de bem, estava concentrado no jogo e não tinha informações suficientes para tomar sua decisão. Foi o famoso inocente útil", disse Paulo André.
"O torcedor protesta contra o jogador, contra o treinador, contra o presidente do clube, por que não teria o direito de protestar contra as entidades de administração do desporto? Espero que esse movimento ganhe força, pois só com a pressão popular é que haverá mudança", completou.