CAMILA MATTOSO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de denunciar Neymar e seu pai, o Ministério Público Federal investiga também dirigentes do Santos, que podem ser alvo de uma segunda fase de acusações em processo sobre fraudes contratuais para o uso do direito de imagem do atacante.
O órgão apura se os cartolas do time também tiveram participação em sonegação de impostos.
De acordo com a denúncia que já está com na 5ª vara da Justiça de Santos, o jogador recebeu quase cinco vezes menos em salário do que no que era referente aos direitos de imagem, com o objetivo de sonegar impostos.
Nesse sentido, o MPF investiga se o clube também se beneficiou ao fazer isso, pagando menos taxas do que se colocasse todo o montante na carteira de trabalho --como o time não pode ser processado, seriam os dirigentes os responsabilizados.
Para o Ministério Público Federal, o pai de Neymar foi o "principal mentor e articulador de uma série de fraudes contratuais para o uso do direito de imagem de Neymar" e "a conduta do jogador, com a participação dos demais denunciados, gerou prejuízos milionários aos cofres públicos".
O processo, que corre na Justiça brasileira, é diferente do que está na Espanha e sobre o qual Neymar e seu pai prestaram depoimento nesta terça (2). Neymar da Silva Santos e o filho negam as acusações e questionam o procurador da República da República Thiago Lacerda Nobre, autor da denúncia.
Nesta terça, o atacante prestou depoimento à Justiça espanhola sobre a acusação de fraude na transferência do Santos para o Barcelona, em 2013 e foi isentado de culpa por seu pai em depoimento em Madri, na sede da Audiência Nacional, órgão que investiga suspeita de fraude na negociação envolvendo o atleta.