Polícia Civil abre investigação contra torcidas organizadas e decreta sigilo

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 27/01/2016

CAMILA MATTOSO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de um pedido feito pelo promotor Paulo Castilho, a Polícia Civil abriu uma investigação para apurar crimes de cambismo, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal nas torcidas organizadas.
O requerimento foi feito após declarações do presidente do São Paulo, Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, em entrevista para a Folha de S.Paulo, que admitiu ajudar as uniformizadas, doando ingressos e dinheiro para o desfile do Carnaval da cidade.
"Você tem que dar ingresso para eles e eles vão no jogo. Não é que vai dar viagem, ônibus. Dá o ingresso para eles e eles vão. Isso é uma prática. Isso é pequeno dentro de todo esse universo. Eles prestigiam, eles ajudam. O jogador faz gol e faz o sinal da Independente [maior torcida do clube]. Não faz para ser agradável, faz porque tem medo de tomar dura. O que a gente dá é muito pequeno no contexto, porque eles podem fazer muito estrago. Vocês viram o que eles fizeram ontem [no domingo (17) a torcida do São Paulo entrou em confronto com a Polícia Militar, durante jogo da Copa São Paulo, em Mogi das Cruzes]?", afirmou Leco.
Em contato com a reportagem, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que foi decretado sigilo nas investigações.
"O Departamento Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) informa que o pedido do promotor Paulo Castilho chegou no departamento na quinta-feira (21) e já foi instaurado inquérito policial para investigar os crimes de cambismo, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Foi decretado o sigilo nas investigações", diz a nota enviada pela assessoria de imprensa do órgão.
Esse é o segundo inquérito aberto sobre o assunto. A pasta do Consumidor do Ministério Público também apura o caso. O promotor Gilberto Nonaka vai ouvir o cartola do time tricolor e quer propor um termo de ajustamento de conduta para que o clube acabe com o financiamento das torcidas.