Dunga vai viajar muito, diz indonésio que representa clubes chineses

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 20/01/2016

CAMILA MATTOSO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em meio ao desmanche corintiano, do êxodo para a China, um dos representantes mais conhecidos do futebol chinês avisa: Dunga terá que viajar muito para fazer as convocações da seleção brasileira.
Joseph Lee, 57, indonésio, vive no Brasil há 36 anos. É conhecido também no meio que atua como Mister Lee. Foi ele quem acertou a mais recente venda do time alvinegro, do zagueiro Gil para o Shandong Luneng.
Com seu português cheio de sotaque, mas bem pronunciado, o empresário explica o atual cenário.
"Se multa é alta, chinês se curva. Se multa é baixa, chinês leva", diz em entrevista para a Folha de S.Paulo.
"Antes os jogadores ficavam mais preocupados em ficar longe da seleção. Agora não é mais assim. Dunga vai ter que se acostumar a pegar o avião para ver os jogadores na China", continua.
Lee conta que já há planos para que novos clubes sejam fundados no país que agora conta com Renato Augusto, Ralf, Luis Fabiano e Jadson para a temporada.
"São 16 times na primeira divisão e 16 na segunda. Esse número vai aumentar nos próximos anos, com certeza. E vai ser mais preocupação para o futebol brasileiro. Outros vão sair".
Responsável também pela permanência de Rafael Marques no Palmeiras, após negociações com o Henan Jianye, o empresário garante que jamais passou por cima de um clube para fazer as suas transferências e enxerga também um lado positivo com as movimentações.
"Eu nunca passo por cima de um clube. Cada um tem um jeito de atuar. Eu conheço as regras da Fifa, vou direto no presidente, converso sobre a proposta e assim começa a negociação. Se eu pular essa etapa, fecho as portas. Não quero isso, nem para mim, nem para o jogador".
"Olha só o Corinthians, está recebendo muito dinheiro com as vendas e pode se reformular. Tem o lado bom também", complementa.
Com seu escritório montado na avenida Paulista, Mister Lee também é dono de restaurante, concessionária e empreendimentos imobiliários.
Feliz com seus negócios dando certo, ele corre antes da janela de transferências se fechar.
"Os dias são corridos em janeiro. Temos mais coisas para fechar. Preciso correr aqui", finaliza.