Comitê de Ética da Fifa prorroga suspensão de Valcke por 45 dias

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 06/01/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Comitê de Ética da Fifa anunciou nesta quarta-feira (6) que prorrogou por mais 45 dias a suspensão de Jérôme Valcke, ex-secretário-geral da entidade, das atividades relacionadas ao futebol.
A nova punição passa a valer a partir desta quarta.
Valcke estava suspenso provisoriamente desde 7 de outubro. A sanção se encerrou na terça-feira (5), mas a sua prorrogação foi pedida pelo Comitê de Ética da Fifa.
Na terça, o presidente da Câmara de Investigação do comitê, Cornel Borbély, recomendou que o ex-secretário-geral da Fifa seja suspenso de qualquer atividade relacionada ao futebol por nove anos.
A recomendação foi enviada para a câmara do comitê que julga esses casos, que acatará ou não a recomendação.
Valcke foi afastado da secretaria-geral em setembro de 2015, quando o empresário Benny Alon afirmou na Suíça que o dirigente ficava com parte do dinheiro de ingressos da Copa de 2014 revendido com ágio.
O empresário, porém, não apresentou provas de que Valcke realmente lucrou com entradas do Mundial. O dirigente da Fifa nega qualquer irregularidade.
Alon é sócio da JB Sports & Marketing, que tinha um contrato para fornecimento de ingressos da Copa com a Fifa.
Ele afirmou que fez um acordo com Valcke para vender os ingressos do Mundial com ágio de 200% no mercado negro. Em troca, segundo o empresário, a JB Sports e Valcke dividiriam os lucros meio a meio.
O pedido de suspensão por nove anos se baseia na quebra de várias regras do código de ética da Fifa, segundo Borbély, como conduta, lealdade, confidencialidade, conflitos de interesse e oferecimento e aceitação de presentes e outros benefícios. Também foi pedido o pagamento de uma multa de 100 mil francos suíços (R$ 397 mil).
Em 21 de dezembro de 2015, o ex-presidente da Fifa Joseph Blatter e o ex-presidente da Uefa Michel Platini foram suspensos pelo Comitê de Ética por oito anos.
O comitê considerou os dois dirigentes, que já estavam suspensos por 90 dias desde outubro, culpados de "conflito de interesses" e de "gestão desleal".
A investigação teve início após decisão do procurador-geral suíço de iniciar procedimentos criminais contra Blatter pelo pagamento de 1,8 milhão de euros (R$ 8,3 milhões) em 2011 a Platini. Os dois dirigentes afirmam que o pagamento do valor ocorreu como remuneração de um trabalho de Platini prestado à Fifa em 1998. Não há, porém, contrato escrito entre a entidade e o dirigente francês.
A Procuradoria também está investigando a indicação das Copas de 2018 e 2022 para a Rússia e Qatar, respectivamente.
Platini deve pagar ainda uma multa de 74 mil euros (R$ 320 mil), maior que a multa atribuída a Blatter, fixada em 46.295 euros (R$ 200 mil).