Santos quer "presente de Natal" e torce por venda de "perseguidos"

Autor: Da Redação,
sábado, 19/12/2015

SAMIR CARVALHO
SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A diretoria do Santos sonha nos bastidores com uma espécie de "presente de Natal" inesperado para amenizar o fim de ano ruim, que renderá um prejuízo milionário aos cofres do clube pela não classificação para a próxima Copa Libertadores da América.
Os santistas estão atentos as possíveis transferências dos atacantes Thiago Ribeiro e André, ambos do Atlético-MG, alvo de perseguições dos torcedores nas arquibancadas pelo futebol dentro de campo nas últimas passagens pelo clube, mas que podem ser, justamente, a salvação momentânea.
A situação de Thiago Ribeiro é a mais animadora. Os representantes do atleta já falam publicamente do interesse do futebol chinês em contratá-lo, pagando a multa de R$ 8,5 milhões.
Em caso de venda, o Santos precisaria ceder somente 20% do valor aos mineiros devido a uma taxa de vitrine estipulada no empréstimo, ou seja, R$ 1,7 milhão do bolo, restando R$ 6,8 milhões. Thiago tem contrato até o fim de 2017, mas futuro distante do clube, principalmente, devido aos altos salários, que dificultam uma possível permanência.
André
A situação de André, por sua vez, é um pouco mais complicada. O atacante, que ainda tem 25% de seus direitos econômicos presos ao Santos, em operação por empréstimo em 2013, despertou interesse da China, mas tem só mais seis meses de contrato com o Atlético-MG, podendo a partir de janeiro já assinar um pré-acordo com outro clube.
Em sondagens recentes de empresários, a direção do Atlético-MG informou que a venda seria por R$ 17 milhões aproximadamente.
Os mineiros já sabem que, caso não evolua algo no exterior, precisarão aceitar valores menores por sua liberação no mercado nacional. O Corinthians surge como principal interessado, mas não descarta aguardar para tê-lo de graça.
O namoro entre André e Corinthians é antigo e, nos últimos anos, quatro negociações foram abertas para a transferência dele ao Parque São Jorge. A última delas ocorreu na temporada passada, quando Mano Menezes avaliou ser ele o camisa 9 necessário para a reformulação de todo o elenco. Mas, no fim das contas, as tratativas sempre esbarraram em detalhes.
O Santos, por sua vez, segue aguardando o mercado. Caso receba o "presente", destinaria para a sua prioridade: a manutenção do meio-campista Marquinhos Gabriel. O Al-Nassr pede 4 milhões de dólares (cerca de R$ 15,7 milhões). O clube fez uma contraproposta, mas ainda aguarda resposta.
Com a não classificação para a Libertadores, o clube perdeu pelo menos R$ 7,5 milhões de premiações, sendo R$ 4 milhões do título da Copa do Brasil e R$ 3,5 milhões pela primeira fase da competição.
O Santos ainda perdeu as rendas líquidas da bilheteria dos três jogos como mandante da primeira fase e o repasse à medida que o clube avançasse na Libertadores. Nos últimos anos, a Conmebol pagou 550 mil dólares (R$ 2,1 milhões) nas oitavas de final, 650 mil dólares (R$ 2,5 milhões) nas quartas e 700 mil dólares (R$ 2,7 milhões) na semifinal. No ano passado, o River Plate recebeu 2,3 milhões de dólares (R$ 8,8 milhões) pela vitória na final. O Tigres, vice-campeão, embolsou 1 milhão de dólares (R$ 3,8 milhões), mesmo com o revés.
A preocupação também gira em torno da manutenção dos principais nomes: o meia Lucas Lima, muito assediado pelo futebol europeu na última janela de transferências, e o atacante Gabriel Barbosa, que terminou o ano em alta.