Fifa estuda limitar mandatos de presidentes de federações de futebol

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 20/07/2015

LEANDRO COLON, ENVIADO ESPECIAL
ZURIQUE, SUÍÇA (FOLHAPRESS) - Nesta segunda-feira (20), a Fifa anunciou a criação de uma força-tarefa para estudar possíveis reformas no futebol internacional. As principais reformas serão a limitação de mandatos em federações nacionais (o que incluiria a CBF) e a divulgação dos salários dos dirigentes da Fifa.
A força-tarefa será composta por dois representantes da Federação Asiática de Futebol, da Federação Africana de Futebol, da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe, e a da Federação Europeia de Futebol (Uefa), além de um representante da Confederação Sul-Americana de Futebol e outro da Confederação de Futebol da Oceania.
Em nota, a Fifa disse que pretende melhorar a maneira por meio da qual presta contas publicamente.
As proposta de reforma serão apresentadas em congresso da Fifa marcado para os dias 24 e 25 de setembro, e então passarão por avaliação interna.
A implementação das reformas deverá ser anunciada em congresso da entidade marcado para 26 de fevereiro de 2016, quando também será decidido o sucessor de Blatter ao cargo de presidente da Fifa.
A decisão foi anunciada nesta segunda (20) pelo Comitê Executivo, que se reuniu em Zurique para discutir o assunto.
Blatter anunciou no dia 2 de junho a renúncia ao cargo para o qual havia sido reeleito quatro dias antes. No posto desde 1998, ele decidiu deixar a presidência em meio ao escândalo que levou à prisão de sete cartolas em Zurique durante o congresso que o elegeu. O dirigente fica no comando da entidade até a eleição em fevereiro do ano que vem.
Formado por 27 membros, o Comitê Executivo, colegiado máximo da entidade, foi convocado em caráter extraordinário para organizar o processo eleitoral. Integram o comitê os dirigentes das confederações continentais e alguns representantes de federações — o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, membro do órgão, não compareceu.  
O encontro na sede da Fifa foi o primeiro após o gesto de Blatter, pressionado a sair por causa das investigações nos EUA e na Suíça sobre possíveis esquemas de corrupção envolvendo a entidade.
A MP do Futebol, medida provisória que refinancia as dívidas fiscais dos clubes brasileiros com a União que já foi aprovada pelo Senado e aguarda sanção da presidente Dilma Rousseff, prevê a limitação dos mandatos a quatro anos, com a possibilidade de uma única reeleição. Em tentativa de agradar o governo federal, o presidente da CBF Marco Polo Del Nero sugeriu proposta parecida.