Bom Senso pressionará parlamentares por aprovação definitiva da MP

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 25/06/2015

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Fundado em 2013, o Bom Senso F.C considerou a aprovação do texto da MP do Futebol, na manhã desta quinta-feira (25), como uma de suas maiores conquistas até o momento.
O movimento criado por jogadores em prol da melhoria do futebol brasileiro sabe que ainda é cedo para comemorar -a medida precisa passar pela Câmara e pelo Senado até o dia 17 de julho, quando perderá a validade-, mas promete fazer pressão junto aos parlamentares.
"O relatório da forma como está é uma grande conquista, talvez a maior. Agora temos que lutar para mantê-lo. Que ele seja aprovado definitivamente da forma como está redigido", disse o advogado do Bom Senso F.C, Fernando Baptista, em entrevista à "TV Folha", da Folha de S.Paulo, também nesta quinta.
"É mais um passo dado. A nossa próxima luta é pressionar os parlamentares para que a votação aconteça. Uma medida como essa é muito importante não para o Bom Senso, mas para o futebol brasileiro. Está claro que o futebol precisa de mudanças, de um choque de gestão urgentemente."
Em sessão relâmpago realizada pela manhã, o relatório foi aprovado pela comissão mista com a presença do senador Sergio Petecão (PSD-AC) e dos deputados Evandro Rogério Roman e Otávio Leite (PSDB-RJ), relator do texto, que é favorável ao governo e cobra a renegociação da dívida dos clubes. Juntos, os times brasileiros devem cerca de R$ 4 bilhões à União.
A votação pela comissão mista havia sido adiada quatro vezes.
"O nosso trabalho já começou. Temos uma equipe em Brasília visitando os parlamentares. Precisamos contar com a pressão dos atletas, da torcida e da população. Nós não temos nossa bancada, então, temos que correr atrás do prejuízo", disse Baptista em referência à chamada bancada da bola, formada por parlamentares favoráveis à CBF, que questiona a constitucionalidade da medida.
O QUE MUDA COM A MP DO FUTEBOL
Refinanciamento
Clubes não terão de pagar uma entrada para refinanciar suas dívidas. As primeiras 36 prestações terão parcelas entre 2% e 6% da receita. O resto deverá ser quitado em 120 ou 240 meses
Contrapartidas
- Publicar demonstrações contábeis auditadas por empresa independente
- Manter em dia pagamentos tributários, previdenciários, trabalhistas, contratuais e de direito de imagem
- Limitar em 70% da receita bruta os gastos com salários do departamento profissional
- Manter investimento mínimo nas categorias de base e no futebol feminino
- Não fazer antecipação de receitas futuras
- Zerar o déficit das contas até 2021
Gestão temerária
Dirigentes de clubes podem ser responsabilizados judicialmente por má gestão e até perder os próprios bens
Fiscalização
Um órgão do Ministério do Esporte será criado para fiscalizar o cumprimento da lei e aplicar punições