MARCEL RIZZO E SÉRGIO RANGEL, ENVIADOS ESPECIAIS
SANTIAGO, CHILE (FOLHAPRESS) - O momento de fúria de Neymar, que xingou o árbitro chileno Enrique Osses na entrada do vestiário após a derrota de 1 a 0 para a Colômbia, e custou a ele quatro jogos de suspensão e a perda da Copa América, tentou ser evitada pela comissão técnica da seleção brasileira.
Preparador de goleiros, Cláudio Taffarel, campeão mundial em 1994, contou que ficou preocupado quando terminou a partida e viu a confusão. Mas que a decisão de ficar na porta do vestiário foi do atacante, que disse que só conversaria com Osses.
"Quando o Neymar começou a ir para o vestiário, fui também. Tinha muitas pessoas da comissão, os seguranças, o Fernando, nosso segurança, que é grande, bem grande. Todo mundo tentando levar o Neymar para o vestiário. Não foram um ou dois, mas ele disse que queria falar com o árbitro, só falar. Mas não percebi ele alterado", disse Taffarel, um dos mais próximo do técnico Dunga na comissão técnica.
Na súmula da partida, realizada dia 17, o árbitro contou que foi xingado por Neymar. O delegado da partida, o uruguaio Washington Rivero, contou aos membros do Tribunal de Disciplina da Conmebol que o jogador tentou agarrar o árbitro, mas Osses não relatou na súmula.
Suspenso por quatro jogos, Neymar deixou a concentração da seleção no Chile na segunda (22), depois que a CBF desistiu de recorrer à Câmara de Apelações da Conmebol. Dois foram os motivos: entendimento que o equatoriano Guillermo Saltos, que decidiria pela Câmara, não tem histórico de mudar decisões do Tribunal, e avaliação da comissão técnica, e até de jogadores, que a presença de Neymar no grupo, sem jogar, seria prejudicial pois desviaria a atenção do elenco.
Se o Brasil perder do Paraguai, sábado, nas quartas de final da Copa América, Neymar terá que cumprir os dois jogos que faltarão de sua pena nas duas primeiras rodadas das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, em outubro - a tabela será definida em sorteio, dia 25 de julho, na Rússia.