Presidente do Senado diz que renúncia de Blatter reforça CPI do Futebol

Autor: Da Redação,
terça-feira, 02/06/2015

GABRIELA GUERREIRO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta terça-feira (2) que a renúncia do presidente da Fifa, Joseph Blatter, reforça a necessidade da instalação da CPI do Futebol no Congresso.
Renan afirmou que aguarda apenas a escolha dos membros da comissão parlamentar de inquérito pelos líderes dos partidos para que a CPI comece a funcionar no Senado.
"A CPI vai seguir o rito normal. Já fizemos a conferência das assinaturas, há fato determinado, os líderes vão indicar os nomes daqueles que participarão da comissão de inquérito. A renúncia é mais um fato que acontece no sentido da recomendação de que haja, sim, uma investigação", disse.
Diante do maior escândalo da história do futebol mundial, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou nesta terça que vai deixar o cargo, ocupado por ele há 17 anos, por não se sentir apoiado pelo mundo do futebol.
O suíço continuará à frente da entidade até que um novo pleito seja realizado -a previsão é que isso ocorra entre dezembro deste ano e março de 2016, de acordo com a Fifa.
A CPI já foi criada oficialmente no Senado, mas precisa das indicações dos seus membros para começar a funcionar. Autor do pedido de instalação da CPI, o senador Romário (PSB-RJ) articula nos bastidores para ser o relator da comissão de inquérito.
O ocupante do cargo é quem dita os rumos das investigações, depoimentos e elabora o relatório ao final dos trabalhos.
ROMÁRIO
O ex-jogador, campeão do mundo em 1994, ainda comemorou a saída do dirigente.
Para Romário, a renúncia de Blatter é a "melhor notícia dos últimos tempos" e representa o início de uma "nova era" para o futebol mundial. "Todos os gestores corruptos das confederações, mundo afora, sentirão sua queda como um tsunami. Espero, agora, que as águas desta grande onda sejam suficientes para varrer toda a corrupção liderada pela entidade maior do futebol", disse Romário.
Segundo o ex-jogador, a descoberta de um esquema de corrupção na Fifa, com a prisão de diversos dirigentes da entidade, foi a gota d´água para a renúncia do suíço.
"Ele não suportou uma semana de pressão. Sorte do futebol. A crise, neste momento, é mais do que bem-vinda. Temos uma ótima oportunidade de fazer uma limpeza efetiva no futebol em todo o mundo."
Romário disse ainda que a saída de Blatter abre uma "lacuna" que permita que a Fifa seja ocupada por dirigentes que não têm relação com o esquema de corrupção. O senador disse esperar que o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Marco Polo Del Nero, siga o exemplo de Blatter e também deixe o cargo.
"Espero, sinceramente, que o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, também renuncie. Deus é grande e as palavras têm poder", disse Romário.