Ministro admite mexer na Lei Piva para viabilizar novo fundo

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 23/01/2015

RIO DE JANEIRO, RJ - O ministro do Esporte, George Hilton, disse no final da manhã desta sexta (23) que o projeto do fundo de fomento ao esporte olímpico poderá ser beneficiado por parte da verba da Lei Piva. 

Depois de se reunir com presidentes de confederações esportivas, Hilton afirmou que o fundo seria financiado pela União, Estados e municípios, além das loterias.

A Lei Piva foi sancionada em julho de 2001 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso e destina 2% da arrecadação bruta das loterias federais para o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e para o CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro).

Neste período, a lei já repassou mais de R$ 1 bilhão ao setor.

"Vamos fazer uma grande discussão e ampliar os benefícios", disse o ministro, acrescentando que pretende concluir um diagnóstico do mundo olímpico até março.

As confederações brasileiras olímpicas receberão em 2015 o total de R$ 117,7 milhões, destinados pela Lei Piva.

De acordo com o ministro, a proposta do fundo pretende ajudar desde programas educacionais até o alto rendimento e será semelhante a lei de diretrizes da educação. 

"Queremos uma legislação que permita a continuidade das ações do esporte depois da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos", acrescentou.

Hilton assumiu o ministério no início do mês admitindo não 'entender profundamente' sobre a área que comandará. Ele substituiu Aldo Rebelo, que foi para o Ministério da Ciência e Tecnologia.

Ligado à Igreja Universal, Hilton está na cota do PRB no governo de Dilma Rousseff e teve sua escolha criticada por atletas.

Depois da reunião, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, elogiou o ministro e fez questão de defender a Lei Piva.

"Tudo que ajude atletas, clubes e federações será bem vindo. Mas temos que conversar e discutir. O sucesso do esporte brasileiro é baseado na Lei Piva, que tem que ser seguido e aperfeiçoado. A lei é um exemplo de financiamento no esporte para o mundo", disse Nuzman, um dos principais articuladores pela criação da lei em 2001.