Diretor da Match se entrega à polícia no Tribunal de Justiça do Rio

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 14/07/2014

RIO DE JANEIRO, RJ - O diretor-executivo da Match Services, Raymond Whelan, se apresentou, na tarde desta segunda-feira (14), à desembargadora Rosita Maria de Oliveira Neto, da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

O inglês estava foragido da polícia por suposto envolvimento com a máfia dos ingressos da Copa do Mundo.

Segundo a Polícia Civil, Whelan será levado para a Polinter, na Cidade da Polícia, no Jacaré, zona norte. Em seguida, ele fará exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e será levado para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste.

De acordo com a polícia, a defesa do inglês teria dado entrada na Justiça com novo pedido de habeas corpus. Essa solicitação deve ser analisada ainda nesta segunda no tribunal.

De manhã, o porteiro do hotel Copacabana Palace foi ouvido na 18ª DP (Praça da Bandeira) para esclarecer dúvidas sobre a suposta fuga de Whelan na última semana, depois que a Justiça expediu mandado de prisão contra ele.

O funcionário confirmou que Fernando Fernandes, advogado de Whelan na época, solicitou a saída dele com o inglês pela passagem dos funcionários, na lateral do hotel.

A polícia deve ouvir o gerente do Copacabana Palace nesta terça. Fernando Fernandes foi chamado para depor na tarde desta segunda, às 14h, mas não apareceu. Ele é investigado sob suspeita de facilitação de fuga do seu cliente.

Sexta-feira, a Match negou que seu diretor-executivo tenha saído correndo do hotel para evitar a prisão e defendeu o direito do empresário de resistir a uma ação policial que ele considera ilegal.

Sábado (12) a Fifa fez sua maior defesa da Match, dona dos direitos de comercialização de pacotes de hospitalidade da Copa, desde a eclosão do escândalo de desvio de ingressos da competição para cambistas, há uma semana e meia.

Em nota oficial, a entidade relembrou a parceira comercial de 30 anos com os irmãos mexicanos Jaime e Enrique Byrom, principais acionistas da empresa, afirmou confiar na organização e declarou estar confiante que as investigações irão apontar a inocência de "funcionários e diretores" do grupo.

INVESTIGAÇÃO

Membros da suposta quadrilha de bilhetes foram presos em 1º de julho, após três meses de investigação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio.

De acordo com policiais, o grupo pretendia arrecadar até R$ 200 milhões até o fim da Copa e atuava ao menos desde o Mundial de 1998.

Para a final, um ingresso estava sendo oferecido R$ 35 mil. De acordo com as investigações, o grupo faturava até R$ 1 milhão por jogo.

Mais de cem bilhetes foram apreendidos com os presos na semana passada. As entradas eram de cotas cedidas pela Fifa a patrocinadores e delegações de seleções.