Bernard diz que tem esquema especial para deixar a Ucrânia em crise

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 03/03/2014





Por Marcel Rizzo, Enviado especial

JOHANNESBURGO, ÁFRICA DO SUL, 3 de março (Folhapress) - O meia-atacante Bernard se apresentou à seleção brasileira hoje, em Johannesburgo, preocupado com a situação política na Ucrânia. E revelou que já tem um esquema especial para garantir que ele e seus familiares deixem o país em segurança.

Ele é o único jogador da seleção, que enfrenta a África do Sul nesta quarta-feira, que joga no país que vive um conflito armado que somente em fevereiro matou ao menos 82 pessoas. Bernard foi contratado há sete meses pelo Shakhtar Donetsk.

A cidade de Donetsk fica ao leste do país, que é favorável à Rússia e ao presidente deposto Viktor Yanukovich. As manifestações violentas, inicialmente concentradas na capital Kiev, entre ativistas e as forças de segurança, já se aproximam de Donetsk.

"É complicado. A violência até agora estava longe, mas os manifestantes já partiram para lá [Donetsk]. Tomamos as providências necessárias. Temos passagem para deixar o país se for preciso e deixamos o nosso nome na embaixada. Tudo para o caso de um voo urgente", disse Bernard.

"A gente não sabe o que esperar. Tem essa preocupação, sim. É tudo um pouco estranho, mas eu sempre mantenho o foco e tento ficar tranquilo para jogar futebol", afirmou o jogador, ex-Atlético-MG e que aos 21 anos é o caçula da seleção brasileira que jogará na África do Sul.

Bernard vive em Donetsk com o pai, Délio Duarte, e um primo. Os três já enviaram o nome para a embaixada brasileira caso precisem sair rapidamente do país. Uma possibilidade, se a situação se agravar nos próximos dias, é o jogador nem voltar para a Ucrânia após o jogo em Johannesburgo e seguir direto ao Brasil.

"Não penso em mudar de clube. Estou há sete meses apenas lá, o presidente do Shakhtar investiu alto. A situação está tensa, mas é deixar para Deus", disse.

Willian, atualmente no Chelsea e que atuou no Shakthar, disse que tem conversado com amigos que atuam no clube e que todos estão preocupados.

"Quando morei lá não sentia tensão no país. Mas o pessoal está preocupado porque ninguém sabe o que vai acontecer", disse Willian, também convocado para o amistoso contra a África do Sul.