Palmeirenses fazem a 'festa no chiqueiro' em Curitiba

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 12/07/2012

O "Green Hell" (Inferno Verde) transformou-se em "festa no chiqueiro" na fria noite desta quarta-feira em Curitiba. A comemoração no estádio Couto Pereira foi toda palmeirense. Como prometido, a torcida do Coritiba gritou, vibrou e fez uma bonita festa assim que o time entrou em campo, com direito a muitos fogos e fumaça. O famoso Green Hell, no entanto, não assustou o Palmeiras, que terminou a partida gritando "é campeão".


Os 5,5 mil palmeirenses podem não ter feito tanta barulho quanto os "coxas-brancas" durante o jogo, mas não se intimidaram e só se calaram quando Ayrton cobrou falta com perfeição para colocar o Coritiba na frente. O silêncio só durou poucos minutos. O cabeceio certeiro de Betinho causou revolta na torcida local (ela reclamou bastante da falta marcada em Mazinho, cobrada perfeitamente por Marcos Assunção) e inflamou os palmeirenses. O gol fora de casa era o que o time paulista precisava e, aí, o título já estava garantido.


Expressão bastante cantada pelos palmeirenses, a "festa no chiqueiro" deu o tom no Couto Pereira. Hino do clube, "dá-lhe porco", "é campeão"... Após tantos anos de sufoco, a torcida alviverde finalmente pôde cantar e gritar orgulhosa na noite de ontem. Com direito até a "olé" a cada toque palmeirense em campo.


O frio e a chuva não espantaram nenhum torcedor em Curitiba e a movimentação perto do estádio começou cedo, mais de seis horas antes do apito inicial ao árbitro. E algumas confusões foram registradas do lado de fora do estádio. Assim que o Palmeiras chegou, cerca de 90 minutos antes do jogo, torcedores do Coritiba que esperavam a delegação do seu time entraram em confronto com a polícia. De um lado voaram garrafas, pedras e latas. Do outro, os policiais responderam com tiros de bala de borracha.


Ainda durante a tarde, dois palmeirenses apanharam da torcida rival. "Eram uns 20 caras da Torcida Império que vieram para cima e roubaram nossa mochila e documentos", afirmou Bruno, que ao pedir ajuda da polícia ainda levou uma dura por ter passado por uma rua que teoricamente não seria caminho da torcida paulista. "E não sei qual a delegacia mais próxima daqui", ainda disse o homem da PM, bastante irritado. "Pelo menos estou com ingresso", comentou Bruno, que ganhou um olho roxo de "recordação".


SEM RIGIDEZ - Ao contrário do que foi combinado pelo Ministério Público e a Polícia Militar na última segunda, a fiscalização com os ambulantes não foi tão rígida e muitos deles vendiam bebidas alcoólicas nas imediações do estádio.


E o policiamento demorou para aparecer nas imediações do estádios. A entrada para a torcida palmeirense, por exemplo, ficou por muito tempo sem proteção nenhuma, até a PM fechar a rua que dava acesso ao local. Mesmo assim, qualquer um passava por lá, mesmo sem ingressos: cambistas faziam a festa e pediam até R$ 300 por um bilhete.