“Murro em Ponta de Faca” faz apresentação e debate

Autor: Da Redação,
terça-feira, 22/10/2013
Apucarana: “Murro em Ponta de Faca” faz apresentação e debate (Divulgação)

Após passar pelas principais capitais do país e pelos festivais mais importantes do teatro brasileiro, a montagem “Murro em Ponta de Faca” está realizando uma incursão pela região Sul. Nesta terça-feira (2110), a peça foi apresentada no Cine Teatro Fênix, em Apucarana, com entrada franca e reunindo um público de cerca de 200 pessoas. Depois do espetáculo, ocorreu um debate sobre a repressão militar e que contou com a participação do prefeito de Apucarana, Beto Preto, dos atores da peça e de Ivete Caribé, que integra a Comissão Estadual da Verdade. 
 

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A peça “Murro em Ponta de Faca” é montada com base no texto de Augusto  Boal, dramaturgo  que faleceu em 2009, e tem a direção geral de Paulo José. O espetáculo conta a história de um grupo de exilados brasileiros em suas trajetórias pelo Chile, Argentina e França. O espetáculo se confunde um pouco com a própria história de Boal quando em 1971, durante a ditadura militar brasileira, o dramaturgo, conhecido por ser o criador do Teatro do Oprimido, foi preso, torturado e condenado ao exílio.

A peça foi apresentada pela primeira vez no Brasil em 1978, ainda durante o regime militar, e agora, mais de três décadas depois, a montagem voltou a entrar em cartaz. De acordo com Ednei Roberto Rosina Mansano, diretor-presidente da Fundação Cultural e de Turismo de Apucarana, a peça foi selecionada pelo Programa Petrobras Distribuidora de Cultura 2013/2014 . No Paraná, além da capital Curitiba, o roteiro de apresentações abrange as cidades de Apucarana, Foz do Iguaçu, Campo Mourão, Maringá, Marialva, Irati, Toledo e São José dos Pinhais. “Fomos selecionados pela estrutura do Cine Teatro Fênix e principalmente pelo histórico de Apucarana na resistência à ditadura militar”, assinala Mansano.

Durante o debate realizado após o espetáculo, o prefeito Beto Preto lembrou que, em agosto deste ano, Apucarana recebeu membros da Comissão Estadual da Verdade, que realizaram uma oitiva e colheram depoimentos de familiares e vítimas da ditadura militar. Beto Preto também contou como ocorreu a prisão do seu pai, Pedro Preto, e fez um relato de como era feita a resistência ao regime de repressão. “São fatos que precisam ser insistentemente lembrados, para que nunca mais voltem a se repetir”, destacou.