Solano (Murilo Rosa) chega com Manuela (Milena Toscano) à casa de Max (Lima Duarte), que os recebe ao lado da esposa, Amélia (Júlia Lemmertz). A intenção do gaúcho é esclarecer o atentado que sofrera na noite anterior e alguma coisa o faz pressentir que há a mão do pai de sua amada por trás disso.
O encantador de cavalos solta: “Ontem à noite fui vítima de um atentado”. Desdenhoso, Max comenta: “Sei. E uma fada te curou com um pó mágico, porque não me pareces nem um pouco ferido ou abalado”, ironiza ele. Solano abre a camisa e mostra o curativo sobre o ferimento. Amélia toma um susto. Solano emenda: “Fui atingido por uma flecha, no peito!”.
Max faz um comentário sarcástico: “Uma flecha? Coisa desses selvagens! Esse índios aí que se arrancham nas beiradas da cidade, só esperando para tocaiar! Gaúcho, a maldição! É isso! Ah, minha Manezinha, que risco que corres com ele por aí, esses índios querendo que ele morra, atirando flechas!”.
Amélia fica atordoada e não entende a situação. Ela recorre à filha em busca de algo que faça sentido: “Manu, o que estão dizendo? Solano foi flechado no peito?!”. Mas Max continua a falar, metralhando todos com palavras: “Indiarada violenta, dissimulada! Tudo traíra, duas-caras! Foram eles, o velho lá e a aquela neta mandingueira dele! A que anda por aí fantasiada! Aquela, que foi de teu pai e com quem depois tiveste um caso tórrido, dentro da mesma casa onde teu pai morreu... na cama dele... “.
Solano se segura, pois, para ele, não foi índio nenhum que tentou acabar com sua vida: “Bom, Max... eu vim aqui pra fazer duas coisas. Primeiro... lhe pagar a parcela da dívida da estância, conforme aprazamos. Em dinheiro vivo, para não haver dúvidas nem demoras”, diz o filho de Fernando, dando o envelope para o fazendeiro.
Logo em seguida, ele emenda: “Depois tu confere e manda o recibo lá para estância. E segundo... a flecha que o doutor Ricardo tirou de meu peito ontem. Faltando a ponta, claro”. Solano levanta a parte de trás da arma e mostra ao casal. Amélia reage com horror. Já Max sorri, vitorioso.
É aí que Solano começa a incomodar o vilão: “Uma flecha indígena. Feita pelos carajás!”. Assim que escuta a última palavra, Max apaga o sorriso do rosto: “Carajás?”. Convicto de sua intuição, Solano continua: “Mas...como não tenho nenhum inimigo carajá... suponho que quem comprou isso na lojinha de artesanato da cidade... foi, digamos... um tanto descuidado ou ingênuo...”.
Ele coloca o pedaço da flecha sobre a mesa e termina: “Quem teria sido, hein, Max Martinez?”. O clima fica pesadíssimo. Todos olham para Max, que fica sem reação por alguns instantes...