Após filmes espíritas, "Aparecida" é resposta católica

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 17/12/2010
Murilo Rosa e Maria Fernanda Cândido em cena de "Aparecida, O Milagre", de Tizuka Yamasaki

Se há um fenômeno capaz de fazer frente ao fenômeno "Tropa de Elite 2" em 2010 é o dos filmes de fé.
 

Os espíritas "Chico Xavier" e "Nosso Lar" levaram quase 8 milhões de espectadores ao cinema.
 

Se o filme católico da temporada, "Aparecida - O Milagre", que chega hoje aos cinemas, vender mais alguns milhões de ingressos, a tríade religiosa não terá feito nada feio nos negócios.
 

O contra-ataque católico foi, segundo os produtores, mera coincidência. "Aparecida", dirigido por Tizuka Yamasaki, começou a sair do papel há três anos.

RICOS FIEIS

A exemplo do que aconteceu com "Chico Xavier" e "Nosso Lar", que tiveram o empurrão da Federação Espírita, "Aparecida" terá o endosso da Igreja Católica.
 

O filme foi feito com o consentimento e o apoio do Santuário de Aparecida e todas as paróquias estão mobilizadas para divulgá-lo.
 

Thiago nega, porém, que a mão da igreja tenha pesado no roteiro, absolutamente fiel aos princípios católicos da família. "Eles pediram para ler o roteiro. Mas o que mais os atraiu foi o fato de o filme não ser uma pregação religiosa", diz o produtor.
 

Apesar de mirar, fortemente, o público da classe C, "Aparecida" fez as primeiras aparições na tela para espectadores católicos pertencentes à classe A.
 

As pré-estreias paulistanas aconteceram nos shoppings Iguatemi e Vila Olímpia, com uma lista de convidados de PIB nada desprezível. "Queremos mostrar para as pessoas que Aparecida é um lugar lindo, que elas não precisam viajar para o exterior para conhecer uma basílica", diz Silvia de Aquino, organizadora da sessão do shopping Iguatemi, amiga de Dom Damasceno, arcebispo de Aparecida.
 

Produzido em associação com a Paramount e aporte de um patrocinador privado --que colocou dinheiro do próprio bolso no filme, mas não quer aparecer de jeito nenhum--, "Aparecida" estreará com cerca de 270 cópias no país. As cidades do interior e as zonas mais populares receberão várias delas.
 

"Queríamos fazer algo sobre a fé brasileira. E a santa é quase uma síntese da brasilidade", diz Paulo Thiago. O produtor lembra que, quando o projeto começou a sair do papel, ainda não havia os filmes espíritas no ar.
 

"A estreia no mesmo ano é um acaso. Agora, não sei se a existência dos três filmes é coincidência ou sinal dos tempos", pondera Thiago. "É o Brasil da violência e da fé. É céu e inferno." Seria, quase, deus e o diabo na terra dos blockbusters.