Muito crítico em relação à postura dos países desenvolvidos, principalmente dos Estados Unidos, sobre as políticas públicas para o ambiente, Jeffrey Sachs, economista e professor da Universidade de Columbia (EUA), diz que seu país está destruindo o mundo e que todos estão fracassando na tentativa de frear os impactos das mudanças climáticas.
A declaração foi dada durante a ICID 2010 (Segunda Conferência Internacional: Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas) que acontece nesta semana em Fortaleza, no Ceará. O estudioso pediu que lhe fosse enviada uma cópia da Carta de Fortaleza, documento que deve reunir as questões sugeridas durante a ICID para a Rio+20, reunião sobre ambiente que acontece em 2012, para que os assuntos abordados do documento sejam incorporados na pauta da próxima reunião do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), em setembro.
O pesquisador foi escolhido pela revista americana Time, em 2004 e 2005, como uma das cem pessoas mais influentes do mundo. Atualmente, ele é conselheiro especial de Ban Ki-moon, secretário geral da ONU.
Seus estudos e trabalho analisam a economia e sua relação com a pobreza, saúde, com foco na Aids, e também em sustentabilidade. Em seu livro, O Fim da Pobreza, lançado em 2005, ele conta suas experiências na África, Bolívia, China, Índia, Rússia e Polônia e indica como a riqueza em todo o mundo se tornou extremamente desigual em apenas 200 anos de história.
- Nós estamos fracassando, estamos perdendo a batalha em relação à mudança climática nas regiões mais secas do planeta. Essas áreas impõem problemas de sobrevivência, mais graves do que outros enfrentados no mundo.
Sachs culpa seu próprio país quando fala de sustentabilidade.
- Os Estados Unidos estão destruindo o mundo. É uma irresponsabilidade encobrir isso e esconder a verdade. O governo investe muito dinheiro em guerras como a do Afeganistão. Enquanto isso, o mundo vive com a questão da pobreza. Grande parte dos investimentos vai para ações de violência armada. Com isso tudo, os EUA falham politicamente e moralmente.