Publicidade usa tecnologias para atrair consumidor

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 09/08/2010
Tela da realidade aumentada da Tobi permite ao cliente dizer se gostou ou não de uma roupa, tirar foto e mandá-la para redes sociais

Tecnologias como redes sociais, realidade aumentada (RA), geo localização e aplicativos para celular estão deixando a publicidade cada vez mais interativa e personalizada.

Publicitários especializados em novas tecnologias consultados pelo R7 dizem que essas tecnologias estão mudando a própria definição do que é publicidade.

Segundo Alexandre Kavinski, executivo-chefe e fundador da i-Cherry, "já não consumimos mais propaganda como há dez anos". Kavinski lembra que na Europa e nos Estados Unidos “existem séries de TV baseadas na experiência com a própria marca, gerando conteúdo relevante”.

O executivo acrescenta que redes sociais como o Orkut e o Facebook “mudaram o relacionamento do consumidor com cada marca”.

- O cliente já não sabe mais se quando o consumidor está falando de sua marca é publicidade ou relacionamento.

O diretor de criação da i-Cherry acrescenta que não é só a realidade aumentada que vem mudando a relação do consumidor com a publicidade. Com a geo localização, em breve começarão a pipocar promoções no lugar onde o consumidor estiver.

Não é só o tipo de relacionamento entre o cliente e a marca que está mudando: a do consumidor com o produto também está cada vez mais interativa.

Em junho, a Chilli Beans, rede especializada em óculos escuros, lançou máquinas que ajudam o consumidor a escolher um modelo sem ter de experimentar cada um. Equipada com uma câmera e um monitor, a máquina usa a RA para projetar os óculos selecionados em 3D no rosto do cliente, permitindo que ele os experimente mesmo que a peça não esteja à mão e até de perfil.

Cliente usa realidade aumentada para "experimentar roupas" pela internet.

Uma loja de roupas de São Francisco, nos Estados Unidos, levou o conceito da RA ainda mais longe: para a internet. No final do ano passado, a Tobi.com lançou uma espécie de provador virtual em realidade aumentada que permite ao consumidor, por meio de uma webcam, experimentar e comprar roupas, além de poder compartilhar fotos em redes sociais para ver o que os amigos acham.

Clique aqui para ver um vídeo que mostra como funciona a realidade aumentada.

Em fevereiro deste ano, a agência RMG criou um jogo em realidade aumentada para o refrigerante Sprite 2.Zero. Nas embalagens de latas e garrafas vinha um código. Ao apontar a lata ou a garrafa para a webcam a embalagem se transformava em um controle remoto parecido ao do Wii, e o jogador podia interagir com as personagens do anúncio da TV.

Segundo Gustavo Borrmann, diretor de criação da agência RMG e Mídia Digital, a campanha teve um “retorno bastante feliz”, tanto que ela realizou uma parecida para a Fanta, que só foi lançada na Polônia e na França. Para o publicitário, mais importante do que a realidade aumentada são as redes sociais, já se tornaram uma ferramenta fundamental na criação de campanhas.

- Hoje em dia, a gente usa o material gerado nas redes sociais pelo consumidor para ajudar a criar os anúncios que serão feitos para ele mesmo.

O diretor de criação explica que outra tendência já para o ano que vem será o uso crescente, em parceria com operadoras de telefonia móvel, de promoções de produtos e de aplicativos que sejam um guia da filosofia pregada pela marca para seu público, integrando jogos com o GPS, por exemplo - quais, ele ainda não diz.

Burrmann conta que 2011 será um ano em que mais do que a RA será o ano de a publicidade usar mais o celular, agora que ficou mais fácil desenvolver produtos para todas as marcas.

Seja qual for a tecnologia escolhida pelas agências, o único limite é a criatividade. Porque interativo o consumidor já é.