Novos curadores priorizam mistura de linguagens no Festival de Curitiba

GUSTAVO FIORATTI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A mudança de organizadores do Festival de Curitiba, maior mostra de teatro do país em número de espetáculos e de público (estimado em 220 mil espectadores), apresentou nesta quinta-feira (18) algumas primeiras novidades.
Os novos curadores, Marcio Abreu e Guilherme Weber, anunciaram em entrevista coletiva uma programação que não se pauta "por aspectos geográficos ou por questões de gênero", diz Abreu.
Esses foram vetores importantes em uma mostra que, desde a primeira edição, se pautou pelo lema "vitrine do teatro brasileiro". A 25ª edição do festival será realizada entre 22 de março e 3 de abril.
Os dois artistas anunciaram ainda que os novos rumos serão mais visíveis nas próximas edições, e adiantaram que pautaram suas escolhas com atenção a espetáculos desenvolvidos a partir de cruzamentos de linguagens -da dança, da música e da performance.
Com esse norte, eles selecionaram peças que, "de alguma forma", diz Abreu, se propõem a mostrar algo sobre o Brasil.
Entre os 35 espetáculos da mostra oficial, está, por exemplo, a peça "Cabras - Cabeças que Rolam, Cabeças que Voam", da Balagan Cia de Teatro, criada a partir de estudos sobre o cangaço. Também compõe a grade "Cidade Vodu", do grupo Teatro de Narradores, que passa primeiramente pela Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, no início de março. A peça é criada a partir da relação entre o grupo e imigrantes haitianos que vivem na capital paulista.
Segundo os curadores, também existe uma vontade da curadoria e do festival de retomar o projeto de coproduzir espetáculos e de acompanhar a trajetória de artistas selecionados, o que ganhou corpo nas edições de 2012 e 2013.
A venda de ingressos para o festival começou nesta quinta, pela internet e em pontos de venda em Curitiba.