Com doença rara, Guilherme Karan não anda, não fala nem consegue se alimentar pela boca, diz o pai do ator

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 18/06/2015
Morre aos 58 anos o ator Guilherme Karam - imagem arquivo Divulgação/TV Globo

Diagnosticado com a síndrome de Machado-Joseph, uma doença neurológica rara e hereditária que faz com que a pessoa perca a capacidade motora, Guilherme Karan está há um ano internado no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro.

Alfredo Karan, pai do ator e almirante da Marinha Brasileira, contou com exclusividade ao R7 que o filho de 57 anos não consegue mais andar, falar e engolir os alimentos. — O caso é muito triste. Guilherme está com uma doença que só progride e, até o momento, não tem cura. Ele não fala, não anda e perdeu a capacidade de comer pela boca, pois não consegue deglutir os alimentos. Ele correria risco de engasgar e morrer.  Alfredo contou que, antes da internação, cuidou do ator em casa durante cinco anos. Ele disse que seus quatro filhos são portadores da mesma doença, e herdaram a enfermidade da mãe. — A doença já matou dois filhos meus. Guilherme e a irmã estão sofrendo. Minha filha está na casa dela. Ela não precisou ficar internada. Está com toda a assistência possível. Apesar da doença, ela é uma moça que vive sorrindo, mesmo numa cadeira de rodas. Ela está menos mal que o Guilherme.

Para o pai do ator, o mais triste é que Guilherme Karan está lúcido e, por esse motivo, sofre mais.  — O raciocínio é normal. Entrei uma vez no quarto e vi que ele estava assistindo na televisão à reprise de um programa dele com os olhos cheios de lágrimas. Aquilo me cortou o coração. O que se há de fazer?  Deus quis, vamos enfrentar.  Aos 90 anos de idade, Alfredo Karan diz que visita o filho dia sim, dia não. O almirante, que chegou a ser ministro da Marinha durante o governo de João Figueiredo, diz que encara a rotina de cuidados como um dever. — Estou cumprindo com o meu dever de pai. Apoio constante. O que eu posso fazer? Entrego a Deus e rezo diariamente para que eles não sofram.  Alfredo diz ainda que tem esperanças sobre o estado de saúde dos filhos. — Espero que os pesquisadores encontrem um antídoto que, no mínimo, estacione a progressão da doença.