Desrespeito marca show do Guns N' Roses no Rio

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 05/04/2010
Raiva: xingamentos, gritos de "Ivete" e até ovo de Páscoa

Os fãs cariocas da banda Guns N’ Roses sofreram duas vezes nos últimos dias. A primeira foi o cancelamento da apresentação no dia 14 de março, devido à tempestade que caiu na cidade e derrubou parte do palco. A segunda foi neste domingo, com a espera de várias horas que o cantor Axl Rose e sua trupe impuseram às dezenas de milhares de fãs que foram vê-los no show remarcado. Previsto inicialmente para as 23h, o concerto só começou à 1h05 de segunda e terminou às 3h30 na Praça da Apoteose.

Quando Axl e sua afiada banda cover do Guns N’ Roses – que não por acaso leva o nome da banda original, já que ele é o dono da marca – apareceram no palco, parte do público bocejava, parte dormia, alguns já tinham ido embora e havia quem estivesse fazendo exercícios de alongamento.

rritada com as 2h30 de espera, a audiência brindou o cantor com um repertório variado de xingamentos que iam desde “FDP!” e “Ei, Axl... vai tomar no c...” a berros jocosos de “Ivete, Ivete!”, a rainha da axé music.

O vocalista e dono da marca GNR não deu mostras de se importar com os muitos quilos a mais que ganhou desde suas últimas passagens pelo Brasil. Ou mesmo ter percebido que eles se instalaram em sua região abdominal. Axl vestiu-se e comportou-se como se tivesse 20 anos a menos, a data de sua primeira visita ao País, no Rock in Rio 2, em 1991.

Sacolejou desengonçado como de hábito. A coreografia incluía seus passos clássicos: os rodopios como pião, o pulinho para frente com o microfone no pedestal, os chutes no chão com a ponta do pé e o pisão mata-baratas. Mas ele foi econômico nas corridas de um lado a outro do palco. Aos 48 anos, a idade pesa. E Axl aproveita os quatro momentos solo dos outros músicos para descansar.

Seu figurino foi uma volta a 1991. Com jeans rasgado e camisas de flanela – em geral com os dois primeiros botões fechados, para esconder a pança proeminente. Axl aproveitou o cover de “Live and Let Die”, dos Wings, para ressuscitar sua famosa bandana. Prudentemente deixou de fora do revival o short de lycra colante com a bandeira dos EUA que era sua “pièce de résistance” na virada dos anos 1980 para os 1990.

Nada disso fez diferença para os fãs. Logo na segunda música, “Welcome to the Jungle”, a histeria tomou conta do lugar, com as pessoas pulando e gritando tão alto que não daria para escutar a banda se o som estivesse alto, o que não estava.

É que, estranhamente, o som das duas primeiras atrações de abertura, a brasileira Majestike e o cantor canadense Sebastian Bach, ex-Skid Row, estava melhor, com melhor equalização e mais nitidez, principalmente na voz.