Não é fácil pegar um desenho animado de quase 30 anos e modernizá-lo para um público novo em uma animação 3D. Este o desafio do filme "Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário": saber o que incluir da extensa saga em uma produção de 2 horas."Eu assistia quando criança e como o criador Masami Kurumada nos deu liberdade para o roteiro, tivemos um mar de opções. Isso foi recompensador, mas muito difícil", conta Yosuke Asama, produtor do filme, ao G1.
Em visita a São Paulo, ele falou das mudanças: "Tínhamos a opção de copiar tudo o que já tinha no seriado. Mas preferimos mudar e dar surpresas, como a mudança de sexo de um cavaleiro e o show musical do Máscara da Morte. Sabemos que muitos fãs antigos não vão gostar, mas é uma forma de agradar os mais jovens".
Uma das polêmicas dos novos Cavaleiros do Zodíaco é em relação a Shun, o cavaleiro de Andrômeda. No anime, ele tinha armadura cor de rosa, com "seios". "Recebemos inúmeras mensagens perguntando se Shun é gay", diz Asama. "Não o fizemos homossexual, mas com sexualidade indefinida. Shun é um rapaz bonito, gentil e educado que dá valor à amizade.
A ideia era passar a mensagem de que a amizade entre os cavaleiros é importante: é com ela que vencem as batalhas. Queremos que a nova geração veja como é aceitar quem é diferente. Apesar de o roteiro final tê-lo deixado mais feminino, não foi nossa intenção".
Asama conta que tudo o que era pensado para o filme tinha que ser aprovado por Kurumada. "Queríamos fazer uma homenagem aos 40 anos de carreira do mestre. Por isso, optamos por manter a mensagem, o calor e o espírito juvenil". No início do desenvolvimento de "A Lenda do Santuário", os roteiristas tiveram muitas ideias do que escrever. Como eram fãs, cada um queria colocar sua parte favorita.
Embora respeitem o design original, as amarduras estão modernas e lembram os carros robôs de Transformers. A proposta, segundo o produtor, foi modernizar. Há joias que brilham e detalhes em neon. Foi o modo de mostrar a força dos heróis e vilões por meio das armaduras.
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