Pussy Riot acusa Putin de liberá-las para melhorar imagem

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 27/12/2013
Pussy Riot acusa Putin de liberá-las para melhorar imagem do país (Arquivo)

SÃO PAULO, SP, 27 de dezembro (Folhapress) - Uma das integrantes da banda punk Pussy Riot acusou hoje o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de liberá-las para melhorar a imagem da Rússia antes das Olimpíadas de Inverno de Sochi, em fevereiro. Nadezhda Tolokonnikova, 24, também pediu a renúncia do mandatário.

Ela e a companheira de banda Maria Alyokhina, 25, voltaram hoje a Moscou, após passarem um ano e nove meses presas em um campo de trabalho forçado na Sibéria por tentarem gravar um clipe de uma música contra Putin na Catedral Ortodoxa de Moscou em fevereiro de 2012.

Elas foram condenadas em agosto do ano passado a dois anos de prisão e deixariam a prisão em março, mas entraram no grupo de presos anistiados na semana passada pelo governo. Para Nadezhda Tolokonnikova, a Igreja Ortodoxa também teve influência em sua prisão.
 

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A integrante da banda ainda expressou seu desejo de ver Putin fora do Kremlin e deu seu apoio a Mikhail Khordokovsky, ex-magnata opositor liberado na semana passada após ser indultado por Putin. Ela considera que o empresário deve se candidatar à Presidência.

As roqueiras ainda anunciaram a criação de um fundo para ajudar os presos russos em sua defesa pelos direitos humanos. O projeto conta com o apoio do opositor Alexei Navalny, um dos principais rivais de Vladimir Putin.

Anistia

A anistia, aprovada pelo Parlamento russo neste mês, beneficiou também Khodorkovsky, ex-magnata do petróleo russo que é visto por críticos do Kremlin e por políticos ocidentais como um prisioneiro político.

A lei também suspendeu as acusações de vandalismo dos 30 ativistas do Greenpeace presos depois de um protesto contra a exploração de petróleo do Ártico, dentre eles a brasileira Ana Paula Maciel, que volta ao Brasil hoje.

Putin disse que a anistia não foi elaborada especificamente para os ativistas do Greenpeace ou para a banda Pussy Riot.

Ativistas de direitos humanos dizem, porém, que a anistia é muito limitada. A estimativa é de que menos de 1.500 presidiários sejam libertados, uma pequena fração dos cerca de 700 mil russos atrás das grades.