Cantora cubana se apresenta hoje no Cine Teatro Fênix

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 26/07/2013
Cantora lírica Maria Izabel Prado Asef promete emocionar a plateia apucaranense

A cantora lírica cubana Maria Izabel Prado Asef, acompanhada do pianista José Francisco da Costa, promete emocionar com sua bela voz a plateia do Cine Teatro Fênix, hoje. O “Recital de Canto e Piano”, promovido pela Fundação Cultural e de Turismo de Apucarana, tem início às 20 horas e a entrada é franca.
O repertório do espetáculo inclui canções de compositores e músicos consagrados como Vivaldi, Verdi, Mozart, Puccini, Chiquinha Gonzaga, entre outros. “Muitos cubanos conheceram o lindo trabalho da brasileira Chiquinha Gonzaga através da minissérie produzida pela Rede Globo em 1999”, revela a cantora cubana.
Maria Izabel chegou a Apucarana no início deste mês e pretende ficar por aqui até setembro. Um dos principais motivos de estadia prolongada em solo apucaranense é o pai, o professor Ricardo Prado, que mora, em Apucarana, com a esposa Maria Isabel Lopes. A cantora aproveitou a viagem para rever os familiares e também para participar do 33º Festival Música de Londrina, que acontece até sábado, dia 27.
Ontem, a cubana se apresentou no Auditório Luzamor, em Maringá, às 20h30. A apresentação de Maria Izabel na Cidade Canção também contou com a companhia do pianista José Francisco da Costa. Em 2009, a cantora gravou o CD “Canto de Ida e Volta”, na França, para um projeto que visava unir a música francesa e cubana. “Foi um trabalho muito legal que envolveu alguns ciganos franceses”, conta.
DOM DA MÚSICA
A música esteve presente na vida da cantora lírica Maria Izabel Prado Asef, 40, desde a infância. Apesar dos pais Ricardo Prado e Graciela Asef serem professores, a cubana começou a se destacar na área artística ainda criança nos encontros de família. “Nas brincadeiras com meu irmão Ricardo e meus primos eu sempre cantava e atuava. Com isso, fui me identificando com a música cada vez mais”, diz.
Nascida em Santiago de Cuba, a cantora participava, antes das aulas tradicionais, de momentos culturais. Atividades comuns em Cuba. Sempre engajada, ela acabou aprendendo a tocar piano. “Minha avó Maria Cristina dizia que toda menina devia saber tocar o instrumento”, confidência o incentivo da matriarca da família.
Aos 13 anos, Izabel começou a participar de um grupo musical como pianista e pela primeira vez fez uma apresentação como cantora lírica em público. A pianista principal ficou doente e a percussionista da equipe teve que substituí-la. “Acabei indo para o vocal. Fui muito aplaudida e senti o quanto era bom o contato direto com as pessoas. É muito diferente do que ficar atrás do piano”, compara.
Após esse episódio, a cubana desenvolveu ainda mais sua parte vocal e seguiu carreira até ingressar no Ensino Médio. Quando completou 17 anos, Maria Izabel conta que estava perdida e não sabia em que faculdade entrar. Entretanto, ela optou por fazer Engenharia do Som e Engenharia do Canto, em Havana.
A cubana estudou por três anos, mas não conseguiu concluir por causa de uma doença que a afastou das salas de aula por 12 anos. “Voltei para Santiago de Cuba e continuei trabalhando e fazendo espetáculos, mas tranquei a faculdade”, recorda. Recuperada dos problemas de saúde, Maria Izabel, mãe de Maria Lúcia, 17 anos, voltou a estudar e aos 37 anos concluiu a faculdade de música.
CUBA ATUAL
Com a desintegração da União das Repúblicas Socialistas Soviética (URSS), em 1991, Cuba passou a enfrentar diversos problemas econômicos. Após Fidel Castro deixar o poder, seu irmão Raúl Castro assumiu o cargo e adotou medidas mais populares. Neste novo cenário, um pouco mais democrático, foi liberada a aquisição de computadores, no entanto, o uso da internet é restrito. Outra medida foi o acesso a celulares, contudo, o serviço é muito caro, sendo inacessível à maioria da população.
Por essas e outras razões, Maria Izabel explica que não é nada fácil viver em Cuba. “Ainda hoje faltam coisas básicas para as pessoas”, avalia a cubana. A cantora lírica conta que trabalha todos os dias da semana, inclusive aos domingos, para poder levar uma vida mais estável financeiramente. “Ocupo todo o meu tempo para poder viver melhor”, afirma.

*Agradecimento: Marina Lebedeva, professora de Espanhol