Plebe Rude faz celebração ao rock nacional no Lollapalooza

Autor: Da Redação,
domingo, 08/04/2012
Philipe Seabra, vocalista e guitarrista do Plebe Rude toca no Lollapalooza

Ter mais de 30 anos de banda e algumas músicas mais conhecidas pela plateia fez a diferença para a Plebe Rude neste domingo (8) de Lollapalooza. A banda brasiliense abriu o palco Cidade Jardim, às 13h, com ''O que se faz'', primeira música do disco ''R ao contrário'' (2006), o mais recente CD de estúdio da banda.

O show teve homenagem para Redson, líder do grupo punk paulistano Cólera, que morreu no ano passado. A banda tocou ''Medo'' e a ofereceu para o roqueiro. Durante a performance, uma imagem de Redson apareceu no telão.

'A gente fala bom dia ou boa tarde? Vocês já almoçaram? A gente não. A única coisa boa é que o sol é para todo mundo, para banda e para o público'', disse Clemente Nascimento, ex-membro do Inocentes, e hoje guitarrista e vocalista da Plebe, ainda liderada por Philippe Seabra. A antiga banda de Clemente foi lembrada com ''Pátria amada'', tocada logo antes de trechos de ''Geração coca-cola'', cover da Legião Urbana.

As músicas retiradas dos anos 80 foram as mais cantadas pelo público, em pequeno número no Jockey Club. ''Minha renda'' (que cita a importância de participar do programa do Chacrinha para se fazer sucesso) e ''O concreto já rachou'' ganharam coros, ainda que pouco entusiasmados.

Com apenas dois discos de inéditas lançados entre 1993 e 2012, a Plebe só ameaça a engrenar seu show quando bebe dos três discos postos nas lojas na década de 80. Temas como ditadura, censura e críticas sociais foram trilha para o bater de cílios dos jovens espectadores, como que se estivessem sendo transportados para o efervescer do rock brasiliense oitentista.

Seabra lembrou que a Plebe foi a única banda brasileira na segunda edição do Lollapalooza chileno, no mês passado. ''Posso dizer que representamos o Brasil 'muy bien'. Curioso foi tocar esta musica perto da praça onde o Pinochet desfilava'', discursou antes de ''Proteção'', mais uma sobre a repressão de regimes ditatoriais.

Deixadas para o encerramento, ''Pânico em SP'' (outra dos Inocentes) e ''Até quando esperar'' (espécie de hino da desigualdade social) cumpriram bem seu papel. Foram as mais cantadas e provocaram rodas de pogo com fãs mais exaltados.