Aposta da TV Globo para comemorar os 60 anos da teledramaturgia no Brasil, o remake de O Astro tem conquistado a cada cena. Um dos maiores méritos da trama é o diálogo eficiente entre o passado da obra "trama de maior sucesso de Janete Clair", e o ritmo frenético dos folhetins atuais.
As referências à versão original, exibida em 1977, estão em todas as tomadas, mas nada parece exageradamente nostálgico. O ponto de encontro entre o novo e o antigo foi evidenciado desde o início, como no jogo de cena entre o protagonista da trama, Herculano Quintanilha, de Rodrigo Lombardi, e seu mestre, Ferragus, de Francisco Cuoco, intérprete de Herculano na primeira versão.
Frente a frente, Cuoco e Lombardi conseguem virar um só personagem, em épocas diferentes. Em uma tática bem arquitetada pelos autores Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro, fica a impressão de que a trama, além de homenagear a televisão e Janete Clair, também presta um tributo a Cuoco, protagonista de outros folhetins famosos da autora, como Selva de Pedra, de 1972, e Pecado Capital, de 1975.