As vendas de cimento em abril de 2024 somaram 5,1 milhões de toneladas, o que representa uma alta de 12,1% na comparação anual. Se comparado a março, há um avanço de 4%, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC).
Já a venda por dia útil - indicador que considera o número de dias trabalhados e que têm forte influência no consumo de cimento - foi de 214,3 mil toneladas em março, 0,9% menor em relação ao mesmo mês do ano anterior.
No acumulado de 2024, a entidade calcula que já foram vendidas 19,4 milhões de toneladas de cimento, alta de 0,2% se comparado a igual período de 2023.
O aumento nas vendas de cimento em abril já havia sido previsto pela entidade, que alertou sobre o impacto dos fenômenos climáticos sobre as vendas de cimento no primeiro trimestre de 2024, mas que seria acompanhado de uma recuperação por conta de perspectivas estruturais de crescimento das comercializações no setor.
Uma das perspectivas do setor que tem se concretizado é em relação ao ganho de tração no programa Minha Casa Minha Vida, que vem ganhando papel importante na demanda por cimento.
"Após dois anos consecutivos de queda nas vendas e uma capacidade ociosa em torno de 35%, a indústria brasileira do cimento espera reverter este desempenho, influenciada pelos avanços em projetos de habitação e infraestrutura. O setor aposta no uso crescente de cimento e concreto na pavimentação rodoviária e urbana, à medida em que municípios e estados, como Santa Catarina, Paraná, Goiás, Maranhão, Ceará, São Paulo e o Distrito Federal, lideram a utilização desses insumos.", afirmou em nota o presidente do SNIC, Paulo Camillo Penna.
Os representantes do setor de cimentos apontam que mesmo com queda na taxa do desemprego e o aumento da massa salarial, os principais indutores do consumo de cimento seguem impactados pela alta inadimplência e endividamento das famílias, além da elevada taxa básica de juros.
Segundo a entidade, os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas de poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) tiveram queda de 17,3% no primeiro trimestre de 2024, em relação a igual período de 2023.
A perda da poupança pressiona o mercado imobiliário a procurar novos fundings com custos maiores de captação, o que encarece o financiamento de imóveis para a classe média, conforme aponta o SNIC.
"Em um ano com tantas incertezas e embates políticos e econômicos, a indústria do cimento segue atenta às discussões sobre a Reforma Tributária, às metas setoriais de descarbonização e a implementação do mercado de carbono no país", acrescentou o SNIC em nota.