A ministra Tereza Cristina, da Agricultura, mencionou nesta quarta-feira (23), que o preço do arroz "subiu no mundo todo", e não só no Brasil, em razão da crise de abastecimento provocada em alguns países por causa da pandemia de coronavírus. "Encareceu aqui, no México, e em outros países", disse ela, em entrevista à revista Época. Tereza Cristina garantiu, ainda, que o preço do cereal já está caindo nas gôndolas dos supermercados, após altas expressivas em função da queda dos estoques internos e das exportações em alta. "O (pacote de) arroz de 5 quilos já está custando R$ 22, R$ 23, R$ 24, e não mais R$ 40, mas (este preço) era oportunismo", disse Tereza Cristina.
Ela voltou a afirmar, também, que a próxima safra, que começa depois de 15 de janeiro no Sul do País (nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul), "será muito boa". "Não teremos problema de abastecimento, nem de preços", garantiu.
Mesmo sem risco de desabastecimento este ano, segundo a ministra, ela disse que o País "não poderia correr riscos" e preferiu derrubar, até dezembro, a tarifa de importação de arroz de fora do Mercosul. "Fizemos isso para ter uma reserva técnica, para que não houvesse a menor possibilidade de faltar arroz", continuou ela, reconhecendo que este ano o País "levou um susto" por causa da disparada de preços do produto.
"Houve aumento de consumo, aliado à menor produção, decorrente de anos de prejuízos dos produtores", descreveu. "As pessoas ficaram em casa, consumiram mais arroz; o auxílio emergencial fez com que as pessoas pudessem comer melhor e investir mais em alimento", disse a ministra. "Houve uma série de coisas que levaram o preço do arroz a ficar mais alto."
Em relação à crítica que se faz, de que o País deveria manter estoques públicos maiores de arroz, produto da cesta básica, Tereza Cristina disse que "estocar arroz é caro". "A gente vê que tem uma série de desvios. Quando vai ver, no estoque, já não é mais o arroz que você colocou lá", disse. "Assim, na minha humilde opinião, não é só estoque (público) que dá segurança. Talvez devamos ter outros mecanismos, como por exemplo abrir antes a importação (sem tarifas)."