A Tenda, uma das maiores construtoras do País, com foco no Minha Casa Minha Vida (MCMV), teve lucro líquido consolidado de R$ 4,5 milhões no segundo trimestre de 2024. O resultado representa uma reversão frente ao prejuízo de R$ 10,5 milhões no mesmo período de 2023.
A divisão Tenda (negócio já consolidado, baseado em empreendimentos em concreto) teve um lucro de R$ 24,1 milhões. Já a Alea (negócio em fase de expansão, baseado em estruturas pré-moldadas de madeira) gerou prejuízo de R$ 19,6 milhões.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado e ajustado somou R$ 91,2 milhões no trimestre, avanço de 89,6% na mesma base de comparação anual. A margem Ebitda ajustada chegou a 11,7%, aumento de 5,0 pontos porcentuais. O critério ajustado exclui juros capitalizados, despesas com planos de ações e minoritários.
A receita líquida consolidada totalizou R$ 776,9 milhões, expansão de 9,4%, em função do aumento do número de apartamentos vendidos e também do crescimento do preço médio por unidade. Além disso, construtora teve menos provisões para devedores duvidosos (PDD).
Os custos operacionais consolidados somaram R$ 565,2 milhões, corte de 1,4%, com o orçamento das obras sob controle.
A margem bruta foi de 27,3%, melhora de 7,9 p.p., enquanto a margem bruta ajustada bateu em 29,5%, avanço de 7,1 p.p., como reflexo do aumento da receita e redução dos custos.
As despesas operacionais consolidadas tiveram crescimento de 27,6%, totalizando R$ 156,5 milhões. O aumento foi puxado pelas despesas gerais e administrativas, com alta de 53,3%, para R$ 68,8 milhões, com aumento no quadro de funcionários e provisão para o plano de opção de compra de ações. As despesas com vendas subiram 21,1%, para R$ 68,7 milhões, acompanhando o maior volume de unidades comercializadas.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) gerou uma despesa de R$ 54,7 milhões, mais que o triplo na comparação anual, impactada pelo efeito contábil do equity swap nas dívidas.
O grupo reportou geração de caixa operacional de R$ 38,2 milhões. No fim do trimestre, a Tenda tinha R$ 721,9 milhões em caixa. A dívida líquida foi a R$ 383,8 milhões, redução de 38,7% em um ano. A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido) caiu pela metade em um ano, indo a 44%.
Lançamentos e vendas
A Tenda teve recuo nos lançamentos e aumento das vendas no segundo trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, conforme relatório operacional já divulgado em julho. O volume consolidado de lançamentos do grupo baixou 2,5%, ficando em R$ 940 milhões. Já as vendas líquidas consolidadas subiram 34,4%, para R$ 1,019 bilhão, patamar recorde. O preço médio consolidado nos lançamentos aumentou 7,2%, indo a R$ 222,4 mil por moradia.