Mais de 70% dos produtores rurais de Mato Grosso têm alguma dificuldade em encontrar funcionários para trabalhar nas fazendas. Além disso, a demanda maior por trabalhadores é ligada à operação de máquinas, seguida por vaqueiros e profissionais de campo, além de serviços gerais. E um gargalo é a falta de qualificação do trabalhador.
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Essas constatações estão em pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 1, pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), intitulada "Mão de obra: um desafio para os produtores rurais em Mato Grosso". O levantamento, que contou com as respostas de 392 produtores rurais de 94 municípios mato-grossenses, foi feito pelo Imea em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) de Mato Grosso.
Dos produtores que responderam ao questionário, 70,66% relataram enfrentar uma "alta dificuldade" na busca por novos funcionários; 12,5% disseram ter "média dificuldade" e 9,18%, baixa dificuldade. Diante deste desafio, 29,22% declararam buscar mão de obra fixa em outros Estados. E, para estimular a permanência do trabalhador no emprego, 47,59% informaram garantir algum tipo de bonificação aos funcionários fixos, ao passo que 41,57% não dão bonificação.
Ainda segundo a pesquisa, para os produtores mato-grossenses o maior desafio enfrentado em relação à mão de obra é a necessidade de qualificação técnica, questão citada por 57,91%. Outros 25,26% citaram como entrave a permanência no cargo, o que indica a possibilidade de "uma rotatividade significativa de colaboradores nas propriedades do Estado", dizem o Imea/Senar no estudo. A falta de qualificação técnica esbarra em uma das maiores necessidades dos produtores de Mato Grosso: a busca por operadores de máquinas. Quando precisam de mão de obra, 36,99% disseram necessitar de operadores de máquinas; 20,66% de vaqueiros e 10,71% de profissionais de campo, além de 10,71% para serviços gerais. Há busca também por técnicos de agricultura de precisão, na base de 4,59% dos consultados.
O Imea apurou ainda que, dos 392 produtores rurais, 50,51% possuem como principal atividade a agricultura, enquanto 35,46% responderam que é a pecuária. Além disso, 14,03% afirmaram que ambas as atividades são importantes na propriedade. O levantamento da área de soja dos produtores entrevistados somou 513,14 mil hectares e a do milho, 336 mil hectares. Em relação ao cultivo de algodão, a pesquisa cobriu uma área de 23,63 mil hectares. Quanto à pecuária, as propriedades dos entrevistados somaram 169,89 mil hectares de pasto.