Servidores do Banco Central aprovaram nesta quinta-feira, 26, o início da terceira fase da operação-padrão do órgão, marcada para começar na próxima quarta-feira, 1º de novembro, dia em que é divulgada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). A informação é do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal). A entidade também não descartou a possibilidade de os funcionários entrarem em greve ainda em novembro.
"Se o descaso por parte do Governo continuar, o indicativo de greve por tempo indeterminado a partir da segunda quinzena de novembro pode vir a ser apresentado à categoria", afirmou o Sinal. O sindicato tem reunião com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, nesta sexta-feira, 27.
De acordo com o sindicato, mais de 70% dos servidores do BC aderiram à nova fase da operação-padrão, em vigor desde julho. A desaceleração das atividades por parte dos servidores ocorre em meio à pressão para que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva reestruture as carreiras no BC.
A mobilização terá "profundas implicações" no funcionamento da autarquia, segundo o Sinal, levando a "retardamento e não-entrega de serviços", impactando projetos em curso do Banco Central, especialmente a implementação da moeda digital Drex e o projeto do PIX parcelado.
O sindicato informa ainda que também deve ser afetadas a apresentação de dados de atividade econômica e atividades de supervisão, além da possibilidade de novos adiamentos e suspensão de atividades com a participação dos agentes do mercado financeiro.
A operação-padrão já vinha afetando a divulgação de indicadores econômicos do BC. A divulgação dos dados do setor externo e das estatísticas monetárias e de crédito, marcadas para esta semana, foi adiada na última segunda-feira, 23, para o começo de novembro.