Uma nota técnica publicada nesta sexta-feira, 13, pela Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI) conclui que as reservas internacionais do Brasil estão em nível adequado de um ponto de vista precaucional. O estudo, assinado pelo analista Alessandro Casalecchi, levou em conta quatro indicadores considerados mais completos para a avaliação.
O nível das reservas em agosto de 2024, de US$ 369,214 bilhões, era suficiente para financiar 12,4 meses de importações, conforme a IFI. A razão entre as reservas e o indicador de 12 meses caiu quase pela metade entre 2017, último ano em que a instituição calculou todos os indicadores, e este ano, de 1,8 para 1,0. Neste caso, quanto mais próximo de 1,0, mais adequado é o nível.
As reservas também estão 70% acima do nível que seria necessário para honrar a dívida externa de curto prazo (DECP), calculado pelo indicador de Greenspan-Guidotti (GG), em várias metodologias usadas. Reservas acima da DECP tornam o País mais protegido do risco de interrupção súbita na entrada de dólares, que dificultariam a rolagem da dívida.
"Em junho de 2024, as reservas representavam 2,6 vezes o nível adequado, segundo a metodologia do BC; 1,9 vez, segundo a metodologia do FMI; e 1,7 vez, no caso da metodologia estendida. Assim, sob todas as perspectivas do GG, as reservas se mantiveram acima do nível adequado", diz o estudo. Em 2017, os níveis eram de 3,4, 2,5 e 2,1, respectivamente.
Pela métrica dos meios de pagamento ampliados - segundo o qual o nível adequado das reservas é aquele capaz de suprir a demanda por dólares de residentes que subitamente decidam transferir seus recursos para o exterior, evitando uma pressão sobre o câmbio que desestabilize a economia -, a IFI também conclui que o nível é adequado.
Ao mesmo tempo, as reservas representam 140% do indicador Assessing Reserve Adequacy (ARA), do Fundo Monetário Internacional (FMI). O órgão considera adequadas as reservas que representem entre 100% e 150%.