O Banco Central (BC) aumentou a sua projeção de inflação de 2026, de 3,3% para 3,6%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, divulgado nesta quinta-feira. A estimativa segue o cenário de referência, que considera a trajetória de juros do relatório Focus e a evolução do dólar conforme a paridade do poder de compra (PPC).
As projeções para o IPCA de 2024 e 2025 - de 4,9% e 4,5%, respectivamente - não foram alteradas na comparação com o comunicado e a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Na semana passada, o colegiado decidiu aumentar a taxa Selic em 1 ponto porcentual, de 11,25% para 12,25%, e sinalizar mais duas altas da mesma magnitude nas próximas reuniões.
O BC também continua esperando inflação de 4,0% no acumulado de quatro trimestres até o segundo trimestre de 2026, horizonte relevante da política monetária.
A partir do ano que vem, a meta de inflação passa a ser contínua, com centro de 3% e tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Caso o IPCA acumulado em 12 meses fique acima ou abaixo desse limite por seis meses consecutivos, considera-se que o alvo foi perdido.
O cenário de referência usa a trajetória da taxa Selic embutida no relatório Focus (até 6 de dezembro), com juros de 12,0% no fim de 2024 (já abaixo da taxa atual) e de 13,5% no fim de 2025. O dólar parte de R$ 5,95 e evolui conforme a PPC, e o preço do petróleo segue aproximadamente a curva futura pelos próximos seis meses e, depois, começa a aumentar 2% ao ano. O BC adota a hipótese de bandeira de energia verde no fim deste ano e do próximo.
No último Focus, publicado na segunda-feira, 16, as medianas indicavam IPCA de 4,89% em 2024, 4,60% em 2025 e 4,0% em 2026. O mercado esperava IPCA de 4,16% nos 12 meses encerrados no segundo trimestre de 2026.